Em mensagem de Natal, Papa critica o uso da comida como 'arma'

O pontífice mencionou como o drama da forma pode ser tornar um instrumento de destruição

O papa Francisco pediu, neste domingo (25), que a comida não seja utilizada como "arma", em referência aos conflitos que afetam em particular a região do Chifre da África. A fala ocorreu durante sua tradicional mensagem de Natal, no Vaticano.

"Toda guerra — sabemos - provoca fome e usa a própria comida como arma, impedindo sua distribuição entre as pessoas que já estão sofrendo", iniciou.

"Neste dia, aprendendo com o Príncipe da Paz, nos comprometamos todos — em primeiro lugar os que têm responsabilidades políticas - para que a comida não seja mais que um instrumento de paz", declarou.

Papa reflete sobre a pobreza

Em missa no Vaticano no sábado (24), véspera de Natal, a homilia havia feito reflexão sobre a pobreza de Jesus e sobre a importância de voltar o olhar aos mais necessitados.

O pontífice começou o discurso falando da manjedoura, local onde o Cristo chegou ao mundo. E analisou que o objeto tem três significados: proximidade, pobreza e concretismo.

"E a primeira pessoa, a primeira riqueza é Jesus. Mas nós queremos mesmo estar ao seu lado? Aproximamo-nos dele, amamos a sua pobreza? Ou preferimos cingir-nos comodamente aos nossos interesses? Sobretudo visitamo-lo onde se encontra, isto é, nas pobres manjedouras do nosso mundo? É lá que Ele está presente. E nós somos chamados a ser uma Igreja que adora Jesus pobre, e serve Jesus nos pobres”, refletiu.

Pobreza

Francisco comentou que, apesar de Jesus ter feito poucos discursos sobre a pobreza, ele a viveu com toda a intensidade por toda a humanidade. E destacou que um Natal sem os pobres é um Natal sem Jesus.

"Certamente não é fácil deixar o tépido calor do mundanismo para abraçar a nua beleza da gruta de Belém, mas lembremo-nos de que, sem os pobres, verdadeiramente não é Natal. Sem eles, festeja-se o Natal, mas não o de Jesus... Irmãos, irmãs, no Natal, Deus é pobre: renasça a caridade!”, disse.

Por fim, o Francisco enfatizou:

“Não deixemos passar este Natal sem fazer algo de bom. Uma vez que é a festa dele, o seu aniversário, ofereçamos-lhe prendas de que ele gosta! No Natal, Deus é concreto: em seu nome, façamos renascer um pouco de esperança em quem a perdeu!”.