Covid-19 pode matar 500 mil pessoas em nova onda da doença na Europa, diz diretor da OMS

Países como Alemanha e Áustria relatam taxas altas da infecção

Um grande número de pessoas pode morrer na Europa pela atual situação da Covid-19. Em entrevista à BBC, Hans Kluge, diretor regional da Organização Mundial da Saúde (OMS), declarou que 500 mil novos óbitos podem ocorrer até março de 2022 no continente, se medidas urgentes não forem adotadas. 

O alerta ocorre à medida que várias nações relatam taxas recordes de infecção e introduzem bloqueios completos e parciais, como na Alemanha e Áustria.

O diretor regional da OMS ressaltou ainda que fatores como a temporada de inverno, a cobertura vacinal insuficiente e o domínio regional da variante Delta mais transmissível estão por trás da propagação.

Soluções e diálogo

Hans Kluge comentou ainda que medidas para tornar a imunização contra a Covid-19 compulsória devem ser vista como último recurso, mas defendeu que o momento é de diálogo.

O diretor regional da OMS lembrou ainda que ações como o chamado "passaporte da vacinação" é uma saída para o momento.

À medida que avançamos para o final de 2021, a situação #COVID19 em toda a região europeia é profundamente preocupante. Mas temos as ferramentas para gerenciar a transmissão, salvar vidas e manter as sociedades abertas.
Hans Kluge
Diretor Regional da OMS em publicação no Twtter (20/11/2021)

Fiocruz reforça alerta sobre situação da Covid-19 na Europa

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) reforçou o alerta sobre a situação de retorno da pandemia na Europa e lembrou que alguns países europeus com crescimento no número de casos têm índices de vacinação superiores aos do Brasil. As informações constam no Boletim do Observatório Covid-19, divulgado na quarta-feira (17). 

O Brasil tem hoje cerca de 60% da população com esquema vacinal completo, com uma estimativa de 1.15 óbitos por milhão de habitantes, segundo dados disponíveis "Our World In Data".

"Entretanto, países como Áustria, Lituânia e Alemanha, com percentuais maiores da população vacinada (63,7%, 65,2% e 67% respectivamente), vêm não só enfrentando um grande crescimento de internações, principalmente entre os não vacinados, mas também no indicador de óbitos por milhão de habitantes, que se encontra em 2.23 para Alemanha, 4.00 para Áustria e 10.62 para Lituânia”, destacou a Fiocruz.