Coreia do Sul aprova lei que proíbe consumo de carne de cachorro no País

Infratores poderão enfrentar uma pena de até dois anos de prisão ou multa equivalente a R$ 110 mil

O Parlamento da Coreia do Sul aprovou, nesta terça-feira (9), uma lei que proíbe o consumo de carne de cachorro no País. A medida entra em vigor a partir de 2027 e criminaliza uma prática que já vinha caindo em desuso nas últimas décadas, conforme a agência sul-coreana de notícias Yonhap.      

Aprovada por 208 votos a favor e duas abstenções, a legislação proíbe a criação, o abate, a distribuição e a venda de cães para alimentação. Após ela entrar em vigor, infratores poderão enfrentar uma pena de até dois anos de prisão ou multa equivalente a R$ 110 mil.

Além do período de carência de três anos, a medida prevê subsídios para auxiliar os trabalhadores do setor a mudar de emprego. Atualmente, segundo estatísticas do governo sul-coreano, existem cerca de 1.150 fazendas de cães, 34 açougues, 219 distribuidores e aproximadamente 1,6 mil restaurantes que vendem alimentos feitos com carne de cachorro na Coreia do Sul.

No Parlamento do País, tanto o Partido do Poder Popular (PPP), no poder, quanto a principal legenda da oposição, o Partido Democrático (DP), atuaram pela aprovação da proibição, em meio a crescente conscientização sobre os direitos dos animais e do número de proprietários no País. 

Reação à medida

A primeira-dama Kim Keon Hee expressou abertamente apoio à legislação, afirmando que proibir a prática era uma das promessas de campanha do presidente Yoon Suk Yeol. O casal é conhecido como amante dos animais e vive com quatro cães e três gatos, conforme a agência.

Grupo de ativistas pelos direitos animais comemoraram a aprovação. “Acreditamos que esta proibição marca um ponto de virada significativo na atitude da Coreia do Sul em relação à proteção dos animais”, disse o porta-voz sul-coreano da Humane Society International, Lee Sang-kyung. 

"[Isso] é uma prova da paixão e determinação de nosso público e de nossos políticos amantes dos animais, que chegaram a um ponto crítico para inclinar esta indústria ultrapassada aos nossos livros de história”, completou.