Coreia do Norte explode trechos de estradas que ligavam país à Coreia do Sul

A ação acontece poucos dias após o anúncio do bloqueio permanente da fronteira

A Coreia do Norte explodiu nesta terça-feira (15) trechos de rodovias que ligavam cidades do país à Coreia do Sul, poucos dias após o anúncio do bloqueio permanente da fronteira, anunciaram as autoridades militares sul-coreanas, que dispararam tiros de resposta.

Pyongyang anunciou na semana passada que fechará de maneira permanente sua fronteira sul e construirá posições defensivas, depois de passar meses instalando minas e construindo barreiras antitanques.

"A Coreia do Norte detonou trechos das rodovias de Gyeongui e Donghae, ao norte da Linha de Demarcação Militar" que separa os dois países, afirmou o Estado-Maior Conjunto sul-coreano em um comunicado. 

O exército sul-coreano publicou vídeos que mostram as forças do Norte explodindo trechos das duas estradas. Em resposta, as Forças Armadas sul-coreanas dispararam "tiros de resposta" em seu próprio território.

As rodovias e ferrovias entre as duas Coreias estão fechadas há anos, mas a sua destruição envia uma mensagem clara de que o líder norte-coreano Kim Jong Un não está disposto a negociar com o Sul, afirmam os analistas.

Barreiras físicas

A destruição das estradas "é uma medida militar prática" do Norte, que poderia tentar construir mais barreiras físicas ao longo da fronteira, disse à AFP Yang Moo-jin, presidente da Universidade de Estudos Norte-Coreanos de Seul.

Ele acrescentou que a destruição das rodovias "pode ser o trabalho de preparação para a construção dos muros".

As relações bilaterais pioraram consideravelmente desde a chegada ao poder em Seul, em 2022, do presidente conservador Yoon Suk Yeol, partidário de uma política firme com o vizinho do Norte e de um fortalecimento da aliança militar com Estados Unidos e Japão.

Os três aliados organizam com frequência exercícios conjuntos, que Pyongyang considera ensaios para uma invasão do Norte.

A China pediu nesta terça-feira aos dois países que evitem uma "nova escalada" que, afirmou, seria "contrária aos interesses comuns".