Com apoio do Brasil, Assembleia Geral da ONU pede retirada de tropas russas da Ucrânia

Guerra completa um ano nesta sexta-feira (24)

A Assembleia Geral da ONU aprovou nesta quinta-feira (23), com apoio do Brasil, resolução que exige a saída das tropas russas da Ucrânia e o fim do conflito. A guerra completa um ano nesta sexta-feira (24).

A resolução teve 141 votos a favor e 7 contra (Rússia, Belarus, Coreia do Norte, Eritreia, Nicarágua, Mali e Síria), além de 32 abstenções. O texto pede a "cessação das hostilidades" e "enfatiza a necessidade de alcançar uma paz abrangente, justa e duradoura na Ucrânia o mais rápido possível, segundo os princípios da Carta das Nações Unidas". 

O secretário-geral da ONU, António Guterres, destacou que a guerra está alimentando a instabilidade regional e divisões no mundo. Ele ressaltou que a invasão é uma violação da Carta da ONU e do Direito Internacional.

O tratado assinado pelos Estados-membros da ONU ressalta que todos devem se abster da ameaça ou uso da força contra a integridade territorial, ou independência política de qualquer estado.

O embaixador da Rússia, Vassily Nebenzia, argumentou que “os países do Ocidente tentam mobilizar os Estados-membros da ONU para uma cruzada contra a Rússia ao submeter este projeto de resolução que, para ele, “permanece anti-russo e discriminatório”.

Nebenzia alegou existir “uma campanha de difamação que consiste em acusar a Rússia de uma agressão não provocada contra seu vizinho. Para ele, isso é o resultado de uma ambição imperial, desejo de tomar posse de territórios estrangeiros e destruir a Ucrânia como tal”.

Um ano de guerra

A guerra entre Rússia e Ucrânia começou em 24 de fevereiro de 2022, com as primeiras explosões em Kiev, capital ucraniana. Conforme o Escritório de Assistência Humanitária das Nações Unidas, Ocha, cerca de 18 milhões de ucranianos, ou 40% da população do país, precisam de assistência humanitária. 

Na quarta-feira, na abertura desta sessão especial, o secretário-geral da ONU, António Guterres, denunciou "a afronta à consciência coletiva" representada pela invasão da Ucrânia, e alertou para as "ameaças implícitas" de se recorrer a armas nucleares e a "atividades irresponsáveis" em torno de usinas nucleares.

As três resoluções ligadas à agressão russa votadas pela Assembleia Geral há um ano receberam entre 140 e 143 votos a favor, com cinco países sistematicamente contra (Rússia, Belarus, Síria, Coreia do Norte e Eritreia) e menos de 40 abstenções.

Uma quarta resolução um pouco diferente, em abril, que suspendeu a Rússia do Conselho de Direitos Humanos, obteve 93 votos a favor, 24 contra e 58 abstenções.

Na sexta-feira, o Conselho de Segurança marcará o aniversário da invasão com uma reunião ministerial na presença, entre outros, do chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Antony Blinken.