Brasil, Colômbia e México cobram divulgação de atas eleitorais na Venezuela

Maduro foi declarado vencedor da eleição presidencial, mas não foram divulgadas informações detalhadas sobre os resultados

Os governos do Brasil, México e da Colômbia cobraram nesta quinta-feira (1º) às autoridades da Venezuela a divulgação das atas eleitorais e uma "verificação imparcial dos resultados" das eleições presidenciais de 28 de julho. O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) proclamou o presidente Nicolás Maduro como vencedor na última segunda (29), mas a oposição denuncia fraude.

"Acompanhamos com muita atenção o processo de escrutínio dos votos e fazemos um chamado às autoridades eleitorais da Venezuela para que avancem de forma expedita e divulguem publicamente os dados desagregados por mesa de votação", assinalaram os governos em comunicado conjunto.

"As controvérsias sobre o processo eleitoral devem ser dirimidas pela via institucional. O princípio fundamental da soberania popular deve ser respeitado mediante a verificação imparcial dos resultados", acrescentaram.

Enquanto aumenta a pressão internacional por uma investigação transparente, os governos chefiados pelos esquerdistas Luiz Inácio Lula da Silva, Andrés Manuel López Obrador e Gustavo Petro intensificam os esforços diplomáticos em busca de soluções para a crise desatada após as eleições do último domingo.

ELEIÇÕES NA VENEZUELA

O presidente Nicolás Maduro foi reeleito para um terceiro mandato consecutivo de seis anos, em meio a denúncias de fraude da oposição, que reivindicou a vitória de seu candidato, Edmundo González Urrutia.

O Conselho Nacional Eleitoral (CNE), vinculado ao governo, proclamou a vitória do presidente, que recebeu 5,15 milhões de votos (51,2%), após a apuração de 80% das urnas. González Urrutia recebeu 4,45 milhões de votos (44,2%), segundo o primeiro boletim oficial. Apesar do anúncio, o CNE não divulgou informações detalhadas sobre os resultados, nem publicou as atas eleitorais.

Um dia depois de o CNE ter declarado a vitória de Maduro para um terceiro mandato de seis anos, milhares de pessoas saíram às ruas para protestar.