Após três dias de buscas nos destroços do Boeing 737-800, que caiu na China com 132 pessoas a bordo, bombeiros encontraram restos mortais e alguns pertences dos passageiros. As equipes de resgate começaram a usar drones e câmeras térmicas para agilizar nas buscas.
O avião da China Eastern Airlines, com o voo MU5735, caiu em uma montanha de Wuzhou, quando viajava entre Kunming (sudoeste) e Cantão (sul). Quatro dias após a tragédia, não há explicação para a causa do acidente.
Embora até o momento apenas fragmentos de corpos humanos tenham sido encontrados, as equipes de emergência não descartam completamente a possibilidade de encontrar sobreviventes. As esperanças, no entanto, são mínimas porque o avião caiu praticamente na vertical e explodiu após o impacto com a montanha.
"Nosso principal objetivo é procurar vítimas e salvar vidas. Para isto, nós estamos utilizando câmeras térmicas e detectores de vida para as buscas em superfície (...) complementadas com buscas manuais e aéreas com drones", declarou Huang Shangwu, comandante dos bombeiros da região.
Mais de 200 parentes de vítimas chegaram nesta quinta-feira (24) ao local do acidente.
Sob forte chuva, bombeiros, soldados, médicos, funcionários da aviação civil e voluntários prosseguiram com as operações em um terreno íngreme e coberto de lama. A violência do impacto espalhou os pedaços da aeronave e os pertences dos passageiros por uma área ampla.
Destroços estão a 20 metros de profundidade
"A maior parte dos destroços do avião está concentrada em um raio de quase 30 metros ao redor do ponto de impacto principal e a uma profundidade de cerca de 20 metros", afirmou Zhu Tao, diretor de segurança aérea da Administração de Aviação Civil da China (CAAC).
Como medida de precaução, a China Eastern Airlines confirmou nesta quinta que decidiu deixar em terra temporariamente 223 Boeing 737-800 para verificações.
A caixa-preta que registra as conversas na cabine do piloto foi recuperada na quarta-feira (23) e enviada a Pequim para análise. As equipes de emergência trabalham para encontrar a segunda caixa-preta, que contém dados do voo como velocidade, altitude e rumo da viagem, o que pode ajudar a determinar a causa da tragédia.
A CAAC ordenou uma inspeção geral do setor aéreo durante duas semanas. Também não há suspeitas sobre o comportamento do capitão e seus dois copilotos, que acumulavam 6.709, 31.769 e 556 horas de voo, respectivamente, afirmou Sun Shiying, diretor da China Eastern.
"Com base nos primeiros elementos que temos, os registros de serviço dos pilotos eram, em geral, muito bons e as situações familiares eram harmoniosas", acrescentou.