A agência de saúde da União Africana, África CDC, declarou "uma emergência de saúde pública", o mais alto nível de alerta, devido à epidemia de Mpox que afeta vários países do continente. O anúncio foi feito pelo diretor, Jean Kaseya, nesta terça-feira (13).
"A Mpox já atravessou fronteiras, afetando milhares de pessoas no nosso continente. Declaramos a Mpox como uma emergência de saúde pública continental, disse o presidente do África CDC, Jean Kaseya, em coletiva de imprensa.
A infecção é uma doença viral que se propaga de animais para humanos, mas também é transmitida através do contato físico próximo com uma pessoa infectada com o vírus.
Este anúncio, que facilitará o desbloqueio de fundos para o acesso às vacinas e a obtenção de uma resposta continental, ocorre antes da reunião do comitê de emergência da Organização Mundial da Saúde (OMS), que visa avaliar se é necessário decretar o alerta internacional de mais alto nível para esta doença.
Houve um aumento de 160% de casos em 2024, em comparação com o ano anterior, segundo dados publicados na semana passada pelo África CDC.
O continente enfrenta a propagação de uma nova cepa, detectada na República Democrática do Congo (RDC) em setembro de 2023 e denominada "Clade Ib", mais mortal e transmissível que as anteriores. A mutação causa erupções cutâneas no corpo.
MPox na África
Um total de 38.465 casos foram registrados em 16 países africanos desde janeiro de 2022, além de 1.456 mortes.
A Mpox foi descoberta em humanos em 1970, com a disseminação de um subtipo Clade I (cuja nova variante é uma mutação) e era regularmente disseminada através do contato com animais.
Em 2022, uma epidemia global, causada pelo subtipo Clade 2, espalhou-se por uma centena de países e causou cerca de 140 mortes em um total de 90 mil casos.