O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, quer participar à distância de um julgamento em Manhattan por acusações de ter estuprado uma mulher há quase 30 anos. Segundo Joseph Tacopina, advogado de Trump, ele quer poupar os nova-iorquinos de engarrafamentos, ruas bloqueadas e alta segurança que inevitavelmente o acompanhariam.
O julgamento ocorre por conta de uma ação movida por E. Jean Carroll, que acusou Trump de atacá-la no vestiário de uma loja de departamentos da Quinta Avenida, em Nova York, nos anos 90. O julgamento está marcado para começar no dia 25 no Tribunal Distrital dos EUA, em Manhattan.
O advogado destacou que Trump só poderia comparecer ao julgamento de forma presencial se os seus movimentos fossem coordenados todos os dias em que ele estivesse presente, com a utilização de uma equipe avançada do serviço secreto e o desenvolvimento de um plano tático.
Distúrbio
"Como parte desse plano", escreveu Tacopina em uma carta, "os andares do tribunal precisariam ser trancados, os elevadores fechados, os funcionários do tribunal seriam confinados em seus escritórios e o público restrito à área".
A carta pedia que a presença de Trump fosse dispensada "a menos que ele seja chamado por qualquer uma das partes para testemunhar" no julgamento.
A advogada de Carroll, Roberta Kaplan, respondeu em uma carta ao juiz, na quarta-feira, chamando o pedido de Trump de frívolo. "A noção de que o senhor Trump não apareceria em uma espécie de favor para a cidade de Nova York - e o júri deveria ser instruído quanto a isso - sobrecarrega a credulidade dos crédulos", escreveu Kaplan.
A advogada observou que alguns dos casos mais importantes do país, incluindo alguns envolvendo terrorismo, foram julgados no tribunal federal de Manhattan, que, segundo Kaplan, está "totalmente equipado para lidar com qualquer ônus logístico".
A advogada também acrescentou que Trump participou de diversos eventos nas últimas semanas, como uma luta de vale-tudo, e agendou um evento de campanha no Estado de New Hampshire em 27 de abril.
Trump enfrenta um escrutínio jurídico histórico para um ex-presidente no momento em que tenta emplacar sua candidatura às eleições de 2024.
No dia 4, Trump se declarou inocente de 34 acusações criminais de falsificação de registros em conexão com uma investigação sobre pagamentos à ex-atriz pornô Stormy Daniels, com quem ele teria tido um caso. Isso fez dele o primeiro ex-presidente a ser indiciado por uma acusação criminal na história dos EUA.