Se já não é agradável, imagine em grande quantidade. Turbulências de aviões poderão aumentar até 149%, conforme Paul D. Williams, cientista da Universidade de Reading, no Reino Unido. O motivo? As mudanças climáticas já sentidas em todo o globo.
A conclusão foi feita por meio de um um estudo publicado no periódico Advances in Atmospheric Sciences. De acordo com Paul, turbulências acontecem por alterações na velocidade e direção do ar quando duas correntes diferentes se encontram. As informações são do Metrópoles.
“Como o aquecimento global não atinge todo o planeta da mesma forma, as diferenças de temperatura podem se acentuar tanto no chão quanto em grandes altitudes (e, com elas, a intensidade e instabilidade desses choques)”, disse ele, em entrevista ao The New York Times.
A previsão não é nova. Já tem algum tempo que ela era discutida por cientistas. A novidade é que o estudo calculou os aumentos na frequência de cada tipo de turbulência. O resultado mostrou altas de 59% nas turbulências leves, 94% nas turbulências moderadas e surpreendentes 149% nas turbulências severas.
Além de ser o motivo pelo medo de voar de várias pessoas, esses solavancos em pleno ar causam danos à aeronave, trazendo consequências importantes para o segmento.
"Clear air"
Detalhe importante. as turbulências calculadas por Williams estão relacionadas não ao tempo ruim em si - algo que os pilotos podem ver e desviar - e sim a mudanças nas correntes invisíveis a olho nu (o chamado ‘clear air‘). Elas não podem ser detectadas de maneira que permita uma correção de rota.
Como esse tipo de turbulência não é detectado por radares ou visto a olho nu, detectá-la é mais difícil para pilotos. Por isso, poderá ocorrer um aumento no número de incidentes com feridos a bordo das aeronaves também.