Uma pulseira inteligente criada para detectar os períodos de fertilidade em mulheres conseguiu identificar a Covid-19 antes mesmo de os sintomas aparecerem, segundo apontou um estudo publicado nesta terça-feira (21) na revista científica BMJ Open. As informações são do O Globo.
A pesquisa foi realizada com 1.163 participantes com aproximadamente 44 anos, na Europa. Em 68% dos casos, o aparelho wearable chamado COVID-RED conseguiu identificar a doença dois dias antes dos sintomas do novo coronavírus.
O bracelete da marca AVA funciona de modo similar aos relógios inteligentes e busca realizar a detecção precoce da doença, assim como o monitoramento da Covid-19. A detecção antes dos sintomas ocorre ao analisar alterações nos parâmetros fisiológicos do paciente.
“Nós encontramos mudanças significativas na frequência cardíaca, mudança da frequência cardíaca e temperatura do pulso ocorrendo em pacientes positivos para Covid-19 durante o período pré-sintomático”.
Identificando casos positivos
Para a realização do estudo, os participantes precisaram utilizar o bracelete durante o período da noite entre abril de 2020 até março de 2021. Ao fim da pesquisa, houve a coleta de 1,5 milhão de horas em dados, considerando 66 diagnósticos da doença identificados no grupo.
Os pesquisadores descobriram que a frequência cardíaca e respiratória apresentaram mudanças consideráveis durante o período entre a infecção do vírus e os primeiros sintomas.
No caso das pessoas positivadas para a doença, a respiração e a frequência cardíaca eram mais aceleradas. Considerando as evidências, o bracelete conseguiu detectar a Covid-19 pelo menos dois dias antes dos sintomas em 45 dos 66 casos positivos no grupo.
Fertilidade das mulheres
O aparelho é capaz de detectar a fertilidade de mulheres com o uso de três sensores. Assim, são coletados dados a cada 10 segundos de biomarcadores como:
- Frequência respiratória;
- Frequência cardíaca e sua variação;
- Temperatura da pele no punho;
- Qualidade e quantidade do sono.
Nos Estados Unidos, a agência reguladora Food and Drug Administration (FDA) liberou o uso do equipamento em 2021. No país, o bracelete tem custo de aproximadamente 250 dólares — quase 1,3 mil reais.