A Nasa anunciou nesta terça-feira (11) que conseguiu desviar um asteroide de sua trajetória lançando uma nave contra a sua superfície. A missão Dart era um teste para buscar mecanismos que possam evitar uma possível colisão de objetivo cósmico com a Terra.
A missão de redirecionamento de asteroides, foi iniciada em novembro de 2021. A nave chocou-se voluntariamente com o asteroide Dimorphos, em 26 de setembro, e conseguiu deslocá-lo.
A órbita do asteroide, que é satélite de um asteroide maior, foi reduzida em 32 minutos. O anúncio foi feito pelo chefe da agência espacial, Bill Nelson, em coletiva de imprensa.
Ele apontou que este é "um momento decisivo para a defesa planetária e um momento determinante para a humanidade". Já teria sido "considerado um grande êxito reduzir a órbita em cerca de 10 minutos. Mas, na verdade, reduziu-a em 32", assinalou.
O asteroide, localizado a 11 milhões de quilômetros da Terra no momento do impacto, tem cerca de 160 metros de diâmetro e não representa nenhum perigo para o planeta. "Parece um roteiro de filme. Mas não é Hollywood. Esta missão mostra que a Nasa tenta estar preparada para qualquer coisa que o universo possa nos enviar", atestou o chefe da agência espacial.
A missão Dart é a primeira a testar a técnica e permitiu à Nasa treinar para a possibilidade de um asteroide ameaçar atingir a Terra.
Desvio da trajetória
Para confirmar o desvio na trajetória do asteroide, os cientistas analisaram os dados colhidos de telescópios da Terra.
Após a colisão, as primeiras imagens mostraram uma grande nuvem de poeira ao redor do Dimorphos, que se estendia por milhares de quilômetros. Posteriormente, os telescópios James Webb e Hubble - os observatórios espaciais mais potentes - revelaram detalhes do impacto da nave da Nasa.
O asteroide possui uma superfície cinza, rochosa e forma de ovo. A nave que realizou o desvio viajou por dez meses desde que decolou da Califórnia.
Cerca de 30 mil asteroides de todos os tamanhos foram catalogados nas proximidades da Terra, mas nenhum deles ameaçará o planeta nos próximos 100 anos, a menos que não se tenha conhecimento de todos.
Quase todos os asteroides de um quilômetro ou mais foram localizados, segundo os cientistas, os quais estimam que conhecem apenas cerca de 40% dos asteroides que medem 140 metros ou mais, aqueles capazes de devastar uma região inteira.