Um policial militar aposentado, de 98 anos, matou um homem, 34 anos, durante uma discussão neste domingo (22), no Largo Dois de Julho, em Salvador, Bahia. A esposa da vítima também foi ferida na ocasião, e o filho do casal teria presenciado o assassinato. À Polícia, o idoso alegou legítima defesa. As informações são do G1.
Welton Lopes Costa discutia com a companheira quando foi abordado pelo aposentado. Segundo o irmão da vítima, identificado como Welbert, a mulher trabalha em uma padaria na região em que aconteceu o crime e era conhecida do suspeito.
"Esse senhor, que mora aqui já há alguns anos e tem histórico de violência, de ameaçar as pessoas, de dar tiro, ele tem costume de comprar pão e sabia quem era ela. Ele ficou perguntando: ‘Ele está te machucando? Ele está mexendo com você?' Meu irmão falou: ‘Ela é minha esposa, não se meta, não’, e deve ter falado algo que ele não gostou", relatou ao G1.
"Ele xingou meu irmão, puxou a arma e efetuou três tiros", acrescentou o familiar, detalhando ainda que um dos disparos atingiu o coração de Welton, enquanto os outros atingiram o abdômen e a perna.
A esposa da vítima, que estava com ele, também foi baleada, mas sem gravidade. Ela foi levada para o hospital, mas recebeu alta no mesmo dia.
Após o crime, moradores do entorno mantiveram o idoso no local até a chegada das autoridades de segurança. Ele foi encaminhado ao Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), onde foi ouvido e liberado, após alegar legítima defesa, mas, conforme a Polícia, continua sendo investigado.
Em nota, a Polícia Civil informou que a 3ª Delegacia de Homicídios/Baía de Todos-os-Santos (3ª DH/BTS) apura as circunstâncias do crime.Com o aposentado foi apreendido um revólver calibre 32.
Imagens de câmeras próximas ao local do homicídio serão analisadas. A Polícia Civil destacou que o suspeito poderá ser indiciado por homicídio e tentativa de homicídio.
Filho presenciou morte do pai
Ainda conforme informações do irmão da vítima, o filho do casal, de 14 anos, estava presente no momento do assassinato e teria visto tudo.
"Ele [suspeito] executou meu irmão na frente do filho dele de 14 anos. Meu sobrinho veio correndo me chamar: 'Meu tio, atiraram no meu pai'. Perdi meu chão, vim correndo. Meu irmão estava de bruços, tentando respirar, lutando pela vida. Um dos amigos, que é taxista, veio correndo e levou ele para o HGE", contou Welbert.
"Fui perguntar a esse senhor, o porquê de ele ter feito isso com meu irmão, e ele disse que meu irmão desrespeitou ele. Em nenhum momento meu irmão agrediu ele. Meu irmão não esperava. Ele só falou e deu as costas”, disse ao G1.
Protesto contra idoso
Ainda no domingo (22), moradores do bairro Dois de Julho se reuniram em frente a residência do policial aposentado. Os manifestantes atearam fogo em objetos e escreveram a palavra "assassino" no muro do imóvel.
“Ele tem histórico de ser violento, de ameaçar de atirar, até de ameaçar crianças, porque as crianças estavam subindo numa árvore que ele plantou. Ontem ele puxou arma para um morador de rua, porque [o morador de rua] estava pegando pombo, e ele alimentava os pombos”, relatou uma fonte anônima ao G1.