A Defesa Civil de Maceió emitiu alerta aos moradores da capital do Alagoas informando que uma das minas de salgema explorada pela Braskem está em "risco iminente de colapso". Ainda conforme o aviso enviado via SMS e WhatsApp, é solicitado que os moradores não se aproximem do local. A empresa informou que acompanha o possível colapso de forma "ininterrupta". As informações são do UOL.
Se o colapso do local ocorrer, uma cratera poderá se abrir na superfície de um área desabitado do bairro Mutange. Segundo o órgão municipal, o agravamento ocorre após tremores sentidos no local.
O Ministério Público Federal em Alagoas (MPF-AL) informou que toma medidas cabíveis para a situação. "O MPF segue acompanhando a situação com a adoção das medidas necessárias e pertinentes perante o poder público e a Braskem", disse em nota.
Veja nota completa da Defesa Civil
Os últimos sismos ocorridos se intensificaram e houve um agravamento do quadro na região já desocupada, próximo ao antigo campo do CSA. Estudos mostram que há risco iminente de colapso em uma das minas monitoradas. Por precaução e cuidado com as pessoas, reforçamos, mais uma vez, a recomendação de que embarcações e a população evitem transitar na região até nova atualização do órgão.
O que diz a Prefeitura
João Henrique Caldas (PL), conhecido como João do Povo, informou que um gabinete de crise foi criado para "preservar vidas".
"Com o agravamento dos tremores de terra e risco iminente de afundamento de uma mina no Mutange, determinei a criação de um Gabinete de Crise, que vou comandar com profissionais de diferentes áreas, para coordenar a situação, preservar vidas e garantir a segurança de todos", escreveu no X, antigo Twitter.
O que diz a Braskem
A empresa, em nota, disse que "acompanha de forma ininterrupta os dados de monitoramento, que são compartilhados em tempo real com a Defesa Civil Municipal".
A Braskem também informou que paralisou todas as atividades na Área de Resguardo.
"Tais registros estão concentrados em um local específico, dentro das áreas de serviço da companhia, nas proximidades da Av. Major Cícero de Goes Monteiro. A área, que já estava com algumas atividades paralisadas para evitar interferência na coleta de dados, foi isolada preventivamente e em cumprimento às ações definidas nos protocolos da companhia e da Defesa Civil. Essa é uma medida preventiva enquanto se aprofunda a compreensão da ocorrência", dizia nota.
Origem do problema
A instabilidade no solo de Maceió foi causada pela extração de salgema do subsolo e ocasionou o afundamento de cinco bairros. Essas localidades foram ou estão sendo parcialmente desocupadas.
Após a extração do minério, as minas ficam cheias com um líquido químico que vazou, formando vários desabamentos.
Os tremores seriam também relacionados a acomodação do solo, a partir dos deslocamentos no subsolo. A Braskem indeniza moradores desde 2018, data do primeiro tremor ocorrido, que prejudicou mais de 60 mil moradores.