A subvariante da cepa Ômicron do coronavírus BA.2 vem se propagando rapidamente nas últimas semanas e já foi detectada em 57 países, conforme divulgou a Organização Mundial da Saúde (OMS) nessa terça-feira (1º). Mesmo com a variante Ômicron (BA.1) ainda globalmente dominante, a BA.2 deve ser motivo de preocupação?
Alguns estudos apontam que essa sub-linhagem da Ômicron pode ser mais contagiosa do que a cepa original BA.1 - a Ômicron "regular".
Dominante na Dinamarca, onde superou a Ômicron, a subvariante BA.2 é, segundo cálculos preliminares, 1,5 vez mais contagiosa que a BA.1, revelou a Autoridade Dinamarquesa de Controle de Doenças Infecciosas (SSI, na sigla em dinamarquês), em 26 de janeiro.
Maria Van Kerkhove, uma das maiores especialistas da OMS sobre Covid-19, disse nessa terça que as informações sobre a subvariante eram limitadas, mas dados preliminares indicavam que BA.2 tinha “um ligeiro aumento da taxa de crescimento em relação a BA.1”.
Sem gravidade associada
Por outro lado, não há, até o momento, nenhum dado que associe a BA.2 ao aumento da gravidade das infecções por Covid-19.
A variante Ômicron, que se propaga e sofre mutações com rapidez, foi detectada pela primeira vez no sul da África há 10 semanas. A BA.1 e a BA.1.1 - as primeiras versões identificadas - seguem representando mais de 96% dos sequenciamentos de Ômicron incluídos no banco de dados global GISAID.
Já a BA.2, embora não exista uma confirmação de sua origem, foi detectada pela primeira vez em novembro de 2021, em sequências carregadas no banco de dados das Filipinas.
A Ômicron geralmente causa doenças menos graves do que as cepas anteriores do coronavírus e nada indica até agora que a subvariante BA.2 seja mais grave, reforça Van Kerkjove.
Segundo a OMS, em alguns países, essa subvariante representa agora mais de metade dos sequenciamentos de Ômicron coletados.
A organização admite que ainda pouco se sabe sobre as diferenças entre as subvariantes, mas disse que pediu que sejam realizados estudos sobre suas características, especialmente sua transmissibilidade, sua capacidade de escapar da proteção imunológica e sua virulência.
Vacinação
Assim como aconteceu com as variantes anteriores, os especialistas continuam a acreditar que as vacinas continuarão sendo altamente eficazes contra os quadros graves, hospitalização e mortes pela doença.
Conforme o estudo dinamarquês, as pessoas vacinadas, e em particular as que receberam doses de reforço, têm menos chance de pegar Covid-19.