A jornalista Fernanda Gentil revelou que foi diagnosticada com paralisia de Bell — distúrbio que provoca a paralisia dos músculos de um dos lados do rosto. Os sintomas começaram logo após o Carnaval, quando ela percebeu que algo estava errado ao buscar o filho, Gabriel, no aeroporto e sentiu dormência na boca.
"Quando ele chegou no aeroporto, percebi de leve. Quando ele chegou, obviamente agarrei, abracei, espremi, comecei a dar vários beijos nele de saudade e senti que fiquei com a boca um pouco dormente", detalhou em vídeo publicado nesse sábado (24) no canal que mantém no YouTube. "Passou a euforia toda, fiquei com aquilo na cabeça, a gente saiu para jantar, esqueci, distraí e fui para casa."
No dia seguinte à chegada do primogênito, em 16 de fevereiro, a profissional teve os mesmo sintomas. "Chegou sexta-feira, eu tinha um dia cheio de trabalho, fiquei também com a cabeça distraída. Entre uma reunião e outra, fui visitar meus afilhados. Chegando lá, de novo com crianças. Beija aqui. Beija ali. Chamego. Senti de novo um incômodo na boca. Falei: ‘Cara, isso está estranho, não é possível’."
Em casa, sozinha, ela repetiu os movimentos de beijo e percebeu que os músculos faciais não estavam normais, impedindo que ela realizasse o movimento.
"Fiquei fazendo uns movimentos com o rosto, careta, o bico do beijo de novo, piscando o olho e percebi que esse lado aqui da esquerda, que era justamente onde estava comandando na minha boca, não estava correspondendo como o lado da direita. Os movimentos que meu lado direito fazia, o esquerdo não acompanhava".
Ao perceber que algo estava errado, Fernanda contou à esposa, a jornalista Priscila Montandon, e procurou ajuda especializada. "Liguei para o médico já com uma voz bem preocupada". Logo em seguida, ela realizou uma chamada de vídeo com o especialista, que realizou alguns testes, então, naquele momento, descartou que se tratava de um AVC ou de um tumor e a encaminhou para um neurologista.
Em teleconsulta com o profissional, ele descartou algo neurológico, mas constatou a paralisia de Bell — também conhecida como paralisia facial periférica bilateral. O diagnóstico surpreendeu a apresentadora, já que a origem dela ainda é incerta.
A princípio não tem realmente nada de grave, e ele me diagnosticou com paralisia de Bell, que é essa paralisia parcial do rosto. A notícia ruim é que não tem uma origem certa do que pode causar, tem várias opções e estresse acima delas, rotina muito cansativa e intensa, falta de descanso, mas também é uma possibilidade o vírus da herpes que eu tenho. Eu não estava com herpes no período, mas eu tenho um vírus dentro de mim, então ele pode ter se manifestado dessa maneira."
A jornalista disse que está se medicando. "Estou tomando corticoide, estou tomando remédio da herpes com umas doses muito altas, estou fazendo fisioterapia ainda e estou com a paralisia."
Segundo ela, apesar do tratamento, os movimentos do rosto ainda não voltaram ao normal. "Ela [a paralisia] pode dar uma vez na vida e nunca [mais], mas pode deixar sequelas".
O que é paralisia de Bell?
Também conhecida como paralisia facial periférica, ela é caracterizada pela paralisação de um dos lados do rosto. Os principais sintomas são a impossibilidade de fechar um dos olhos, desaparecimento do sulco nasolabial e desvio da rima bucal, conforme dados da Revista Brasileira de Neurologia e Psiquiatria.
Além da paralisia muscular, é possível que o paciente apresente outros sintomas, como distúrbios da gustação, salivação e lacrimejamento, além de hiperacusia desagradável e hipoestesia na zona de Ramsay-Hunt, conforme estudo publicado na revista SciELO.
Ainda conforme a publicação, a incidência da paralisia de Bell é considerada comum, de 20-30 casos por 100 mil habitantes, com prevalência ligeiramente maior entre mulheres.
São considerados fatores de risco para a paralisia de Bell os seguintes diagnósticos: hipertensão arterial, diabete mellitus, gravidez e puerpério, e a infecção pelo vírus herpes tipo I. No entanto, ela pode surgir sem uma causa clara.
É comum uma piora no quadro nas primeiras 488 horas, mas a maioria dos pacientes evolui para a recuperação dentro de algumas semanas, segundo a publicação científica.