Estudo revela que vigilância na atenção primária poderia ter contido Covid-19 no Brasil

Artigo defende que a conduta evitaria sobrecarga das unidades de saúde

Em artigo publicado nesta segunda-feira (28), pesquisadores da Universidade de Brasília (UnB) concluíram que a  vigilância na atenção primária poderia ter contido a disseminação de Covid-19 no Brasil. De acordo com o estudo, o procedimento evitaria a sobrecarga de hospitais e emergências.

Realizada em parceria com cientistas do Fiocruz Minas (Instituto René Rachou) e da FGV EAESP (Escola de Administração de Empresas do Estado de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas), a tese analisou documentos e recomendações de órgãos governamentais durante o primeiro ano da pandemia.

O objetivo foi avaliar as contribuições técnicas para o trabalho na atenção primária à saúde, o que inclui serviços como vacinação e testagem. Segundo o artigo, a atenção primária é capaz de mapear casos, e, assim, recomendar o isolamento de suspeitos, o que controlaria a disseminação do vírus.

O estudo também revelou que, no caso da Covid-19, não haviam normativas do Ministério da Saúde que indicassem a atuação nesse sentido. Como consequência, o controle foi feito tardiamente, impedindo a redução da taxa de contágio ainda no início do período pandêmico. 

Dessa forma, mais pacientes precisaram de atendimento médico, o que sobrecarregou hospitais e emergências. 

Por fim, o artigo evidencia o quão relevante é a coordenação do Ministério da Saúde na atuação bem-sucedida da atenção primária à saúde em todo o país.