O Brasil aparece com o terceiro pior índice de saúde mental em relatório da organização de pesquisa sem fins lucrativos Sapien Labs. O levantamento Estado Mental do Mundo, divulgado nesta quarta-feira (1º), mostrou o país com 11 pontos abaixo da média geral, à frente apenas do Reino Unido e África do Sul.
A pesquisa coletou 407.959 respostas pela internet com entrevistados de 64 países de todos os continentes, em nove idiomas.
Foi atribuída uma nota a cada entrevistado, considerando aspectos sociais, emocionais e cognitivos, definindo o quociente de saúde mental. A escala varia de -100 (mais grave) e 200 (positivo).
O Brasil apareceu com quociente de 52,9. O país mais bem avaliado no relatório é a Tanzania, com nota 93,6. Em relação ao percentual de pessoas com saúde mental negativa, 33,5% dos brasileiros relataram múltiplos sintomas.
Juventude é grupo mais afetado
Os resultados do estudo indicam que a saúde mental dos jovens é a mais afetada. "Um declínio que é mais acentuado ao longo da dimensão do Eu Social, uma medida de como nos vemos em relação aos outros e nossa capacidade de formar e manter relacionamentos positivos com os outros", aponta o relatório.
O percentual de pessoas do grupo de 18 a 24 anos com problemas na saúde mental foi três a cinco vezes maior que no grupo de 55 a 64 anos.
Em relação às regiões, a América Latina e o sul da Ásia tiveram o maior aumento na porcentagem de pessoas lutando contra algum desgaste mental das gerações mais velhas para as mais novas.
Essa foi a terceira edição da pesquisa e a primeira que considerou o Brasil. O relatório apontou como o mundo está se recuperando da pandemia de Covid-19 e como as relações familiares e de amizade podem estar se deteriorando, com impacto significativo no bem-estar mental.
Na análise geral, o mundo registrou quociente de 64, com respostas negativas de 27% dos entrevistados.