O alecrim, de nome científico Rosmarinus officinalis L, é uma espécie vegetal nativa da região mediterrânea. No Brasil, a planta é utilizada como tempero em receitas culinárias e, por vezes, como erva medicinal.
A nutricionista formada pela Universidade Estadual do Ceará (Uece), Renata Cristina Machado*, detalhou que o alecrim também é conhecido como: alecrim-comum, alecrim-de-cheiro, alecrim-rosamarinho, rosamarinho, e flor-de-olimpo.
Em entrevista ao Diário do Nordeste, a especialista em nutrição detalhou os benefícios da planta, assim como os cuidados necessários durante o consumo do alecrim.
Para que serve?
O alecrim possui compostos bioativos que auxiliam na ação antioxidante, como o ácido rosmarínico. Os impactos desse composto no corpo humano tem sido estudado por cientistas, com foco na relação dele com distúrbios inflamatórios.
Além disso, as pesquisas também ponderam os efeitos dele como protetor hepático e até no combate ao câncer, detalha Renata.
Quais os benefícios?
Na parte externa do corpo, as folhas são utilizadas como bactericida e fungicida; analgésico; cicatrizante, e como estimulante da circulação periférica.
Em caso de consumo, também podem contribuir no tratamento de hepatopatias e no alívio de:
- Má digestão;
- Colecistites crônicas;
- Flatulências;
- Cólicas menstruais e abdominais.
Além disso, ele funciona como diurético. No entanto, a nutricionista recomenda que a utilização da erva seja auxiliada por um médico ou especialista.
Quais as propriedades?
O alecrim possui "ação carminativa", que atua na eliminação de gases. Além disso, a erva tem capacidade de inibir a movimentação natural da musculatura visceral, auxiliando no alívio de cólicas intestinais.
Como ele estimula a secreção de bile, auxilia na melhora da digestão dos alimentos. Ele também tem ação antioxidante, reduzindo os danos aos sistemas biológicos, e contribui no estímulo do fluxo sanguíneo.
Contraindicações
O consumo de alecrim é contraindicado nos seguintes casos:
- Pessoas que possuem hipersensibilidade a algum dos componentes do vegetal;
- Crianças menores de 12 anos;
- Gestantes e lactantes;
- Pessoas com doença prostática, gastroenterites, dermatoses em geral e com histórico de convulsões;
- Pessoas com disfunções no funcionamento biliar, colangite ou doenças hepáticas.
No caso de diabéticos e hipertensos, é necessário ter uma supervisão de um médico ou nutricionista.
Conforme Renata Cristina, o excesso do vegetal no corpo pode resultar em distúrbios gastrointestinais, como náuseas e vômitos, assim como quadros de dermatite e episódios de asma.
"Vale ressaltar que deve-se evitar fazer o uso à noite, pois pode alterar o sono. Quando consumido em excesso e a longo prazo também pode ocasionar inflamação renal", conclui.
Como usar
As folhas de alecrim podem ser utilizadas como temperos ou consumidas na forma de chá.
"É importante que o uso dos chás medicinais seja sempre orientado por um profissional de saúde capacitado", acrescenta Renata Cristina.
Como preparar "Chá de Alecrim"
- Deve-se infundir de 1 a 2 g das folhas secas e rasuradas em 150 a 250 ml de água fervida;
- Após 15 minutos do preparo, o chá pode ser tomado de 150 a 250 ml de duas a três vezes ao dia, entre as refeições.
Perguntas frequentes
É bom para a ansiedade?
O óleo essencial do alecrim pode ajudar a reduzir a ansiedade, sendo utilizado em aromaterapia. Porém, Renata pondera que "mais estudos são necessários para estabelecer esta relação".
Chá de alecrim emagrece?
A nutricionista apontou que o alecrim não tem a capacidade de, isoladamente, “emagrecer” ou “engordar” um indivíduo. O emagrecimento ocorre com a prática de atividade física e o consumo de alimentos saudáveis de modo geral.
Quem tem pressão alta pode tomar o chá de alecrim?
Pessoas com hipertensão e diabete precisam ter cautela ao consumir o chá de alecrim, sendo necessário consultar um médico, aponta Renata. Segundo a especialista, as pesquisas acerca dos impactos na pressão arterial ainda não foram definidos.
Faz mal para os rins?
A longo prazo, o consumo de chá de alecrim pode causar danos nos rins, principalmente se ingerido em doses maiores do que as recomendadas. Por isso, a especialista reforça que o consumo seja orientado por um profissional de saúde capacitado.
*Renata Cristina Machado Mendes, nutricionista formada pela Universidade Estadual do Ceará (Uece). Mestre em Nutrição e Saúde pela Uece, e especialista em Diabetes pela Universidade Federal do Ceará (UFC).