Vida tranquila na Capital cearense

Antes de ser preso em Fortaleza por comandar um esquema internacional de tráfico de drogas, Alejandro Juvenal Herbas Camacho Júnior, 44, levava uma vida "tranquila", no bairro Sapiranga, na Capital. O traficante e irmão de Marcos Willian Herbas Camacho, o 'Marcola', apontado como líder da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), também seria integrante da organização.

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Apesar de não ser da "diretoria" do PCC, Alejandro ganhou status na facção por ser irmão do líder, conforme levantamentos da Polícia Federal e do Ministério Público. De volta a Presidente Venceslau, em São Paulo, onde já esteve preso com o 'Marcola', ele vai ficar longe da família e da vida que tinha no Ceará.

Em imagens obtidas pela equipe do Programa Conexão Repórter, do Sistema Brasileiro de Televisão, Marcola e Alejandro aparecem, em 2007, dentro da Penitenciária 2 (P2), de Presidente Venceslau, conversando durante o banho de sol. Alejandro saiu do presídio e Marcola ficou lá. No entanto, há duas semanas os dois teriam se reencontrado.

Uma fonte da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) revelou que Alejandro estava no Ceará há mais de um ano, junto com a mulher, que é cearense. Assim que chegou à Fortaleza, os organismos de inteligência da Segurança Pública iniciaram um monitoramento do alvo.

No entanto, ele não teria se envolvido com atividades criminosas no Estado, conforme a fonte da SSPDS. Alejandro abriu negócios legítimos na Capital, no ramo de revenda de veículos.

A ele também é atribuída a articulação para a pacificação no bairro Sapiranga, em Fortaleza. Ali teria ocorrido o primeiro dos muitos acordos de paz que ocorreram em Fortaleza nos últimos meses e que são atribuídos a ordens dos chefes de facções como PCC e Comando Vermelho (CV).

No bairro de classe média alta onde morava, ele teria sido o mentor do pacto para pôr fim as mortes entre traficantes rivais que comandam as comunidades situadas às margens de condomínios de luxo.

Há pouco mais de um ano, os homicídios cessaram na região. As fontes da SSPDS não descartam que ele tenha sido o homem por trás desse acordo.