Vendedor é preso em shopping de Fortaleza após importunar sexualmente clientes

Horas após o flagrante, o suspeito passou por audiência de custódia e foi solto

Um vendedor foi preso em flagrante, em um shopping localizado no bairro Papicu, em Fortaleza, sob suspeita de importunar sexualmente clientes. A reportagem do Diário do Nordeste conversou com uma das vítimas, que afirma ter passado a receber ligações importunas e de cunho sexual por parte do suspeito, após ter feito uma compra na loja e cadastrado seu número pessoal.

O vendedor foi detido no último dia 17 de outubro. Horas depois ele passou por audiência de custódia. O Ministério Público do Ceará (MPCE) se posicionou pedindo que a prisão fosse convertida em preventiva, mas a Justiça decidiu liberar o suspeito. A reportagem não localizou a defesa do suspeito.

A vítima disse ter sensação de impunidade a partir da decisão da juíza. "Eu já fui à delegacia prestar depoimento e soube que existe uma terceira vítima. Enquanto mulher, eu senti muito medo, me sentindo refém. Fiquei triste com a decisão da magistrada, que enquanto mulher não se sensibilizou. Fica a sensação de impunidade. Fica a sensação de que não vale a pena", conta.

COMO ACONTECEU A IMPORTUNAÇÃO

A mulher relata que foi à loja comprar um presente, na companhia da família. Dias depois precisou trocar o produto e o vendedor passou a ter acesso aos seus dados. 

"Passou uns dias comecei a receber ligações de um número desconhecido. Dias depois eu atendi e ele começou a falar frases terríveis, de cunho sexual. Fiquei nervosa e ele continuou ligando", relata.

Em uma das ligações, o suspeito teria esquecido de tirar o inibidor de chamada: "quando ele voltou a ligar, foi preso".

O homem foi abordado pelos policiais quando voltava à loja, após o almoço. Ele chegou a dizer em depoimento que tem problemas psicológicos relacionados a distúrbios sexuais e ainda confessou ter ligado para uma das vítimas.

"Gostaria de agradecer aos policiais do 15º Distrito pela diligente atuação, e pedir que todas as mulheres, que infelizmente e igualmente sofreram esse mesmo abuso, possam se sentir encorajadas a denunciar os atos criminosos sofridos. Não podemos nos calar! A culpa não é nossa"
Vítima

Agora, o vendedor deve ser monitorado por tornozeleira eletrônica, em recolhimento domiciliar das 22h às 6h. Ele está proibido de manter qualquer contato com vítimas e familiares.

Possíveis vítimas do vendedor podem denunciar os assédios por meio do 15º Distrito Policial. O caso segue sob investigação na Polícia Civil do Ceará.