Trio vai a julgamento por tentar matar familiares de homem que era sepultado em cemitério no Ceará

Homem que era enterrado no momento da ação criminosa foi assassinado dois dias antes

Três homens devem ir a julgamento na Justiça Estadual, em abril deste ano, por uma tentativa de chacina contra sete familiares de um homem que era sepultado, em um cemitério no Município de Quixadá, no Sertão Central do Ceará, em março de 2013 (há quase 10 anos). Francisco Weriken Alves Marques, que era enterrado no momento da ação criminosa, havia sido assassinado dois dias antes.

A 2ª Vara do Júri de Fortaleza, responsável por julgar o caso, marcou o julgamento do acusado Raimundo Fagner Gonçalves para o dia 4 de abril próximo, às 9h30. Fernando de Oliveira Serafim e Morone Oliveira Lopes já seriam julgados, na mesma data.

O trio será julgado por sete tentativas de homicídio qualificado (mediante paga ou promessa de recompensa, por meio cruel e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima), associação criminosa e porte ilegal de arma de fogo.

Um quarto acusado pelos crimes foi condenado a 32 anos e 11 meses de prisão, no dia 6 de dezembro do ano passado. Mas, dez dias depois, a Justiça extinguiu a punibilidade do réu e mandou soltá-lo, por considerar a sua menoridade na data da ação criminosa, após pedido de revisão da defesa.

O processo criminal teve desaforamento (transferência) decretado pelo Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE) para a Comarca de Fortaleza, devido "a existência de dúvida sobre a imparcialidade do Conselho de Sentença local (de Quixadá), visto o temor da comunidade em razão do elevado grau de periculosidade dos réus"

Tentativa de chacina como retaliação

Conforme a denúncia do Ministério Público do Ceará (MPCE), oito homens, divididos em quatro motocicletas e armados com revólveres e pistolas, participaram do ataque a familiares de Francisco Weriken Alves Marques, em um cemitério, em Quixadá, na manhã do dia 12 de março de 2013.

As vítimas, porém, quer por que conseguiram se evadir, que por que tenham sido prontamente socorridas, não vieram à óbito", descreveu o MPCE.

O Ministério Público afirma que a investigação policial descobriu que o assassinato de Francisco Weriken e a tentativa de chacina contra a sua família foram motivados por retaliação a duas tentativas de homicídios, em uma guerra entre grupos criminosos pelo domínio do tráfico de drogas, em Quixadá.

"Após esses atentados, o bando decidiu partir em retaliação através de matança generalizada aos suspeitos dos crimes, o que, na gíria dos infratores, é denominado 'babilônia'", concluiu a denúncia.