O último acidente com helicóptero, no Ceará, tinha acontecido há menos de um ano. Ele foi o mais grave e teve grande repercussão, porque envolveu uma equipe do Centro Integrado de Operações Aéreas (Ciopaer), pertencente à Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS). Três tripulantes da aeronave tiveram morte imediata e outros dois ficaram gravemente feridos e ainda lutam pela sua recuperação atualmente.
O acidente ocorreu por volta de 16 horas do dia 29 de dezembro do ano passado, a cerca de 300 metros do hangar da Instituição, instalado no perímetro pertencente à Base Aérea de Fortaleza. O aparelho, modelo Esquilo AS-350 B2, batizado de ‘Águia 04’, retornava de uma missão de patrulhamento aéreo em Fortaleza, quando caiu de uma altura aproximada de 40 metros, em um matagal. Apesar de não ter acontecido uma explosão, o helicóptero ficou completamente destruído. Morreram o major Lindemberg Antônio Austregésilo de Andrade (piloto), integrante da Polícia Militar; a major Rosana Busson Cavalcante (co-piloto), do Corpo de Bombeiros, e o soldado PM Roberto Pacheco da Costa (tripulante). Ficaram feridos os também tripulantes: sargento PM Burton Deyves Gomes de Araújo e o soldado BM José Júnior Lopes da Silva.
LAUDO - O silêncio do DAC acerca do laudo sobre o que causou o acidente, incomoda as famílias das vítimas e causa intranqüilidade no meio da aviação. Até hoje, quase nove meses após a tragédia, nada foi esclarecido. Em recente entrevista ao Diário do Nordeste, a viúva do major Lindemberg, Roberta Câmara do Nascimento Andrade, se mostrou angustiada pelo fato de, até hoje, nenhuma autoridade da Força Aérea Brasileira (FAB) ter vindo a público explicar o que provocou a queda do helicóptero. “É um desrespeito à memória e à família do oficial que mais se dedicava ao serviço no Ciopaer”, considerou.
Segundo ela, a aeronave que sofreu o acidente já havia apresentado problemas mecânicos em ocasiões anteriores e, na véspera do acidente, tinha saído de mais uma revisão programada. “O helicóptero seria enviado para uma missão de Juazeiro (do Norte), mas decidiram deixá-lo aqui mesmo, operando em Fortaleza, pois se houvesse algum problema, estaria na Capital”, lembrou.