Um dos veículos utilizados na execução do prefeito de Granjeiro, João Gregório Neto, pertence ao tio do atual gestor do município, Ticiano Tomé. A caminhonete foi utilizada como apoio aos executores que estavam em outro carro durante o crime. José Plácido da Cunha, preso na tarde dessa terça-feira (3), no município de Maracanaú, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), estaria, também, atrapalhando as investigações, ao orientar testemunhas sobre o caso, conforme a Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE).
As informações sobre a prisão de José Plácido foram divulgadas em uma coletiva de imprensa realizada na manhã desta quarta-feira (4), na sede da Superintendência da Polícia Civil, em Fortaleza. Conforme o diretor do Departamento de Polícia do Interior Sul (DPI-SUL), Ricardo Pinheiro, que estava no evento, a comprovação da propriedade do veículo, utilizado no dia do assassinato de João Gregório, na véspera de Natal do ano passado, 24, no município de Cariri, foi realizada a partir das investigações do inquérito policial.
José Plácido, contudo, havia afirmado que o carro foi emprestado, na época da execução, para o sobrinho e o irmão, Vicente Felix de Souza, que utiliza uma tornozeleira eletrônica por suspeita de participação no crime.
“Houve a comprovação, por meio do inquérito policial, que o veículo, modelo Chevrolet S10, de propriedade do suspeito preso na terça (3), foi utilizado como uma forma de apoio ao carro utilizado pelos executores na fuga do crime. A gente provou que os veículos andaram em comboio, juntos, após a execução, por meio de câmeras de segurança da região. Ele afirma, contudo, que emprestou o veículo ao sobrinho e irmão, pai do atual prefeito”, informou o diretor.
Interferência no caso
De acordo com Ricardo Pinheiro, a prisão de José Plácido foi de extrema importância, já que o suspeito estaria interferindo nas investigações da Polícia Civil. “A prisão é muito relevante, pois temos, nos inquéritos, provas de que o indivíduo estava atrapalhando as investigações, orientando testemunhas”, relatou o agente.
Conforme o delegado geral da Polícia Civil, Marcus Vinicius Sabóia Rattacaso, apesar dos indícios do inquérito levantarem a motivação política como uma das linhas de investigação, é necessário ter cautela para que toda a ação seja concluída e encaminhada à Justiça. Ele informou ainda que, além das prisões, as apreensões de equipamentos eletrônicos realizadas nos mandados são responsáveis por auxiliar nos desdobramentos do caso.
“Em toda fase, ocorre a apreensão de equipamentos eletrônicos, celulares e computadores. Os equipamentos eletrônicos de José Plácido foram apreendidos e as fases subsequentes acontecem a partir das informações que extraímos desses equipamentos, para que a teia criminosa e toda a arquitetura do crime sejam investigadas e concluídas".
"O material foi apreendido ontem e será encaminhado para a perícia técnica, para que os dados sejam extraídos e nossos policiais analistas, da inteligência, possam concluir essas informações e subsidiar novas ações dentro do procedimento policial"
Passeio e execução
João Gregório Neto, foi morto a tiros durante um passeio próximo à parede do Açude Junco, no município do Cariri, na manhã de terça-feira (24).
Equipes da Delegacia Regional de Juazeiro do Norte, da Regional de Iguatu e do Departamento de Polícia Judiciária do Interior Sul da Polícia Civil, trabalham, juntas, com o intuito de identificar e localizar os possíveis suspeitos. Policiais de Cariús, Cedro, Iguatu, Juazeiro do Norte e Várzea Alegre foram recrutados para prestar assistência durante as investigações.