O principal alvo da Operação Il Padrino - deflagrada pela Polícia Civil do Distrito Federal (PC-DF) com apoio da Polícia Civil do Ceará (PC-CE) - é um cearense, de 42 anos, que foi preso em Juazeiro do Norte nesta quinta-feira (4).
Cícero da Silva Oliveira, conhecido como 'Padrinho', morava em um imóvel de luxo na sua terra natal, onde se apresentava como empresário e investidor de criptomoedas. Mas, segundo uma fonte da PC-CE, a investigação oriunda do Distrito Federal apurou que ele era um distribuidor de cocaína para várias facções criminosas, no Brasil.
O cearense entrou no radar da Polícia Civil do Distrito Federal ao ser preso em 2013, com mais de 1 mil comprimidos de ecstasy, juto de outros quatro homens. A quadrilha foi condenada à prisão.
De acordo com a sentença condenatória, "os investigados se associaram para praticar tráfico ilícito de drogas interestadual. Eles atuavam na compra, venda, transporte, armazenagem e distribuição de drogas entre “Mato Grosso do Sul, Paraná, Goiás e o Distrito Federal, notadamente cocaína e drogas sintéticas".
Ao sair da prisão, em um período de 10 anos, 'Padrinho' passou de um traficante mediano para se tornar uma das principais lideranças de uma facção criminosa do Distrito Federal e um traficante milionário.
VEJA VÍDEO DA OPERAÇÃO:
A organização criminosa é suspeita de tráfico de drogas e de armas de fogo e de cometer homicídios, nas regiões do Riacho Fundo, Recanto das Emas, Samambaia, Ceilândia e Taguatinga, no DF.
Além de liderar uma facção, Cícero Oliveira seria um dos fornecedores de cocaína para uma facção criminosa paulista que atua em todo o Brasil, inclusive no Ceará. A investigação policial descobriu que ele recebeu altos valores de contas bancárias de 'laranjas' da facção paulista.
Alvos da operação policial
A Operação Il Padrino foi deflagrada para cumprir 14 mandados de prisão temporária e 80 mandados de busca e apreensão, nos estados do Distrito Federal, Ceará, Goiás, São Paulo, Rio de Janeiro, Tocantins, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais.
Participaram da Operação as polícias civil do Ceará, do Distrito Federal, de Goiás (PCGO), do Mato Grosso do Sul (PCMS), de Minas Gerais (PCMG), de São Paulo (PCSP), do Rio de Janeiro (PCRJ) e de Tocantins (PCTO), além de servidores da Força-Tarefa de Combate ao Crime Organizado no Estado do Ceará, da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e da Receita Federal. Cerca de 300 policiais atuaram na operação em todo território nacional.
No Ceará, foram presos 5 suspeitos, em Juazeiro do Norte e em Araripe, na Região do Cariri; e foram apreendidos aparelhos eletrônicos, uma pistola, munições, joias, dinheiro e 12 veículos (sendo oito carros e quatro motocicletas).
"As investigações apuraram ainda que os suspeitos estão envolvidos com o tráfico interestadual de cocaína e lavagem de dinheiro por meio da compra de veículos e casas de luxo. Também foi constatado que os suspeitos utilizavam empresas fictícias para a movimentação financeira do esquema criminoso. O grupo teria atuação no Ceará, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Tocantins", descreveu a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Ceará (SSPDS).