Um professor de inglês, a esposa dele e uma diretora de uma escola foram indiciados pela Polícia Civil do Ceará (PC-CE) pelo crime de estupro de vulnerável, contra crianças do sexo feminino, no Município de Beberibe, no Litotal Leste do Ceará. O homem segue preso preventivamente, enquanto as mulheres respondem em liberdade.
A delegada titular de Beberibe, Anna Paula Scotti, finalizou o Inquérito Policial com o indiciamento dos três suspeitos e enviou o documento ao Poder Judiciário, na última sexta-feira (24).
Oito meninas (que hoje têm entre 5 e 11 anos), com ajuda dos pais, denunciaram ter sido estupradas pelo professor, de 29 anos. Segundo Scotti, a esposa do suspeito e a diretora de uma escola eram coniventes com os crimes.
Em um dos episódios, uma criança abusada dentro da escola procurou a diretora para denunciar o caso. A responsável pela instituição orientou a família a procurar um psicólogo para a menina e prometeu demitir o docente.
Entretanto, após as férias escolares, o suspeito continuou a lecionar no estabelecimento. Ao ser questionada por familiares da vítima, a diretora teria alegado que não podia demiti-lo por questões trabalhistas e garantido que a criança não voltaria a ter contato com ele.
A menina acabou sendo retirada da turma de inglês, para evitar a proximidade. "A vítima não podia mais assistir as aulas de inglês. A tia disse que deixou a criança lá porque era mais barato e uma escola boa. Mas, em 2021, ele ia voltar a dar aula para a criança, e a família foi falar com a diretora, que respondeu que ele 'estava mudado, não ia fazer mais isso'", detalhou a delegada.
Entendi que essa diretora se omitiu. Ela tinha a função de garantidora, de garantir a integridade das crianças, ela sabia do fato, e nada fez. Em relação à esposa, que é proprietária da escolinha de reforço, é a mesma situação. Algumas mães já tinham contado dos abusos para ela, que nada fez."
Prisão preventiva do professor
O professor de 29 anos foi preso preventivamente e alvo de um mandado de busca e apreensão, em Beberibe, no último dia 15 de junho. "Quando essas mães me procuraram, relataram que as filhas tinham sido abusadas entre 2018 e 2019 e que, na época, não tinham feito a denúncia, para não expor as crianças. Então ele continuou fazendo", afirmou a delegada Anna Paula Scotti.
As oito vítimas têm hoje entre 5 e 11 anos, e os crimes teriam ocorrido de 2018 para cá, em dois ambientes: em uma escola particular e em aulas de reforço escolar.
Delegada comenta a prisão do suspeito. Veja o vídeo:
Segundo a delegada, há denúncias de que o professor colocava a mão na boca e nas partes íntimas das meninas e que até tinha beijado na boca de uma delas. "As crianças eram muito novinhas, e isso dificultava a denúncia. Elas não chegavam nem a entender o que estava acontecendo", afirma Scotti.