A prisão em flagrante do policial militar George Tarick de Vasconcelos Ferreira, responsável pela morte do jovem Mateus Silva Cruz, 19, foi convertida para prisão preventiva com objetivo de garantir ordem pública. A decisão foi proferida pela Comarca de Plantão do 15º Núcleo Regional, na noite de domingo (6).
O Ministério Público Estadual (MPCE) chegou a pedir conversão do flagrante para preventiva no mesmo dia da detenção do PM.
Conforme documento assinado pelo juiz Hugo Gutparakis de Miranda, "a periculosidade concreta da conduta do acusado se encontra evidente, já que o mesmo teria efetuado diversos disparos de arma de fogo contra a vítima que estava desarmada, algemada e dentro da delegacia de polícia, denotando total desprezo a ordem pública e paz social".
Por fim, tendo em vista que o crime ocorreu na Delegacia de Polícia, onde a vítima estava custodiada, o juiz oficiou a Corregedoria da Polícia Civil e Militar para apurar as condutas dos policiais que estavam no local.
Em entrevista ao Diário do Nordeste, A família de Mateus Silva falou com tristeza sobre a perda do jovem e os momentos de terror vividos na madrugada.
"Nós não tivemos acesso para ver o copo. Colocaram um negócio para não passar. Parecia que nós eramos bandidos. Foi uma cena de terror. Estamos arrasados. Com muita tristeza no coração. Muita tristeza ver as pessoas que são pra defender agirem desse jeito", contou a madrasta do jovem.
Da festa para delegacia
De acordo com a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), o policial e a vítima foram levados à delegacia de madrugada após se desentenderem em uma festa na praia de Camocim.
O PM assassinou a tiros o jovem de 19 anos na Delegacia Regional de Camocim. O caso aconteceu por volta das três horas da madrugada. O policial foi preso em flagrante por homicídio.
O agente de segurança é investigado pela Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário (CGD), que informou, em nota, ter determinado “imediata instauração de processo disciplinar para a devida apuração do fato na seara administrativa”.
Desentendimento
O Diário do Nordeste teve acesso ao inquérito policial sobre o caso. O relatório conta que os envolvidos na discussão estavam sentados num banco de um corredor externo da delegacia, aguardando atendimento, quando o policial sacou sua pistola funcional e efetuou diversos disparos contra a vítima, que morreu instantaneamente.
Os outros policiais que testemunharam o assassinato disseram que, depois disso, o autor do crime entregou a pistola e se rendeu.
Segundo a família informou à reportagem, a vítima estava algemada quando foi assassinada. A informação, porém, não consta na nota da SSPDS e nem no inquérito.