Policiais penais são investigados por receber Bolsa Família e entrar com celulares em presídio no CE

A Controladoria Geral de Disciplina também abriu processo administrativo contra um policial penal suspeito de agredir a ex-companheira

A Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário do Ceará (CGD) abriu investigações administrativas contra três policiais penais, suspeitos de transgressões disciplinares. As portarias foram publicadas no Diário Oficial do Estado (DOE) da última quarta-feira (17).

Uma policial penal irá responder a um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) por suspeita de ato de improbidade, "por possuir cadastro no Programa Social Bolsa Família e ter recebido determinada quantia, concomitante ao exercício profissional na Secretaria da Administração Penitenciária e Ressocialização–SAP/CE", descreve a CGD. 

A investigação foi alimentada por um relatório emitido pelo Tribunal de Contas do Estado do Ceará (TCE). A reportagem apurou que a servidora recebe um salário bruto da SAP de R$ 6.795,22, conforme dados do portal Ceará Transparente desse ano de 2024.

Outro PAD foi aberto pela Controladoria Geral de Disciplina contra um policial penal suspeito de fornecer aparelhos celulares para presos da Unidade Prisional Professor José Jucá Neto (UP-Itaitinga 3), antiga CPPL III, em Itaitinga, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF).

Agressão à ex-companheira

O terceiro policial penal alvo de processo administrativo é suspeito de agredir fisicamente a ex-companheira, enquanto apresentava sintomas de embriaguez, no Município de Brejo Santo, no dia 12 de janeiro deste ano.

A portaria da CGD acrescenta que o servidor público já foi indiciado pela Polícia Civil do Ceará (PCCE) pelo crime de lesão corporal e por violência doméstica e responde a um processo criminal na Vara Única da Comarca de Brejo Santo, da Justiça Estadual.

A reportagem não publicará o nome dos policiais investigados administrativamente nesta matéria porque, no primeiro e no segundo caso, os servidores não foram flagranteados, indiciados ou denunciados; e, no terceiro caso, para preservar a identidade da vítima.