Um laboratório de cocaína funcionando em uma sala comercial no Bairro Montese, em Fortaleza, foi descoberto pela polícia na última quinta-feira (30). O caso foi divulgado nesta segunda-feira (3) pela Divisão de Combate ao Tráfico de Drogas (DCTD). Um ex-fuzileiro naval foi preso, suspeito de manter o local.
A prática ilegal era disfarçada como uma loja de venda de suplementos alimentares, segundo a polícia.
O suspeito possui uma extensa ficha criminal, incluindo crime de tráfico de drogas, e já era monitorado pelo setor de inteligência da polícia. Na última quinta-feira, ele foi preso em flagrante em um condomínio no Bairro Siqueira, onde morava, em posse de 1kg de cocaína.
Fórmulas e embalagens
Os policiais foram até a sala comercial alugada em nome do ex-fuzileiro e lá encontraram materiais e uma estrutura montada que sugeria a prática laboratorial para produzir e comercializar a substância ilícita.
Cadernos com anotações de fórmulas foram encontrados no local, além de balanças, máquinas seladoras, embalagens e substâncias normalmente usadas para a composição da cocaína comercializada pelo tráfico de drogas, informou o delegado adjunto da DCTD, Marciliano Ribeiro.
Além disso, a polícia apreendeu cerca de 2 kg de um pó banco com características análogas à cocaína dentro da sala, computadores e máquinas de cartão de crédito. Todo o material vai passar por perícia.
Suplementos alimentares
De acordo com o delegado Ribeiro, o suspeito possui uma empresa registrada, referente ao endereço vistoriado pela polícia, como produção e comercialização de suplementos para atletas. As embalagens encontradas na sala comercial tinham logo da suposta empresa.
No entanto, segundo o delegado, o homem não tem formação na área e nem licença para manipular os insumos. A DCTD investiga se o suspeito utilizava as embalagens para a distribuição da droga, com intuito de despistar a polícia.
“O disfarce não se sustenta, é frágil”, comentou o delegado adjunto.
Ribeiro afirmou, ainda, que o patrimônio do ex-fuzileiro chamava atenção da polícia. Na casa dele foram encontrados dois carros registrados nos nomes do suspeito e da esposa.
O homem prestou depoimento à polícia e negou o crime. A esposa, a qual tem o nome registrado em outra empresa do suspeito, também foi ouvida, mas alegou não ter conhecimento da prática ilegal.
A polícia chegou a vistoriar o aparelho celular da mulher, mas nada foi encontrado. O suspeito não permitiu que a polícia tivesse acesso ao seu celular.
Possíveis pontos de abastecimento da droga produzida no laboratório são investigados. A polícia acredita que a prisão do homem deve interferir no tráfico de drogas da cidade.