A Polícia Federal (PF) deflagrou, na manhã desta sexta-feira (6), a Operação Encalhe para aprofundar as investigações envolvendo uma embarcação que encalhou, em setembro de 2019, entre as praias de Mundaú (Trairi) e Baleia (Itapipoca), no litoral do Ceará.
Cerca de 60 policiais federais cumprem 14 mandados de busca e apreensão, sendo nove no Ceará, nos municípios de Trairi e Itapipoca e cinco nas cidades de Belém, Barcarena e Soure, no Estado do Pará. Foi de lá que teria partido a embarcação, abandonada pela tripulação com cerca de 20 mil carteiras de cigarros.
De acordo com a PF, diversos participantes da rede criminosa foram identificados, mas o objetivo da operação é "reunir elementos para delimitar a participação de cada um dos envolvidos e identificar eventuais financiadores do contrabando de cigarros no litoral cearense".
Ainda segundo a instituição, todos os identificados poderão responder pela prática dos crimes de contrabando e de associação criminosa, cujas penas podem ultrapassar 10 anos de prisão.
Dados pessoais dos presos ou investigados, entretanto, não podem ser repassados devido ao normativo do abuso de autoridade, complementa a Polícia Federal.
Como o grupo teve acesso à grande quantidade de cigarro, supostamente importado, a origem e o destino do material contrabandeado estão entre os pontos ainda investigados pela PF.
Encalhe
A polícia tomou conhecimento do encalhe da embarcação no litoral cearense ao receber a denúncia de que o conteúdo estava sendo saqueado.
"Ele já amanheceu encalhado. No sábado a maré estava bem alta. O pessoal fez o saque da mercadoria que estava no barco. Era uma carga de cigarros e pela marca não era nacional", contou o morador Everaldo Farias.
Porém, no local, os policiais do Batalhão de Turismo não identificaram suspeitos saqueando a carga.