Operação contra lideranças locais da facção PCC no Ceará prende 27 suspeitos

Polícia Civil deflagrou a operação para cumprir 138 ordens judiciais e enfraquecer a atuação da organização criminosa no Estado

A apreensão de um aparelho celular levou a Polícia Civil do Ceará (PCCE) a dezenas de lideranças da facção paulista Primeiro Comando da Capital (PCC), que atuam em territórios por todo o Estado e foram alvos da Operação Demote, nesta quinta-feira (22). Pelo menos 27 suspeitos foram presos, até a publicação desta matéria.

138
ordens judiciais foram expedidas pela Justiça Estadual, sendo 69 mandados de prisão preventiva e 69 mandados de busca e apreensão. A sétima fase da Operação Demote foi deflagrada em 15 municípios cearenses, mas as cidades de Fortaleza, Sobral e Juazeiro do Norte concentraram a maioria das ações.

Os mandados de prisão preventiva foram cumpridos contra 15 suspeitos que estavam em liberdade e 12 que já se encontravam detidos no Sistema Penitenciário cearense. Eles têm entre 18 e 41 anos e são suspeitos de crimes como integrar organização criminosa, homicídios, tráfico de drogas e roubos. A Polícia segue em busca dos outros 43 alvos foragidos.

A Operação foi coordenada pela Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), com apoio do Departamento de Polícia Judiciária Especializada (DPJE), do Departamento de Inteligência Policial (DIP), dos departamentos de Polícia Judiciária do Interior Sul (DPJI Sul) e do Interior Norte (DPJI Norte) e das delegacias regionais de Sobral e de Juazeiro do Norte.

O delegado-adjunto da Draco, João Gabriel Cardoso, resumiu que "a operação visou desarticular integrantes de um grupo criminoso de origem paulista. Tivemos a oportunidade de deflagrar essa operação, capturando 27 indivíduos, que ocupavam posição de liderança na organização criminosa".

Como começou a investigação

A Polícia Civil chegou à teia criminosa da facção PCC no Ceará, com articulações em todas as regiões do Estado, a partir da apreensão de um aparelho celular de um suspeito de integrar a organização criminosa, no Município de Independência.

"Essa operação começou com um trabalho desenvolvido na cidade de Independência, no enfoque que a Polícia Civil tem dado em combater o tráfico de drogas e as organizações criminosas. E lá, nós descobrimos um alvo que tinha uma grande hierarquia dentro da organização de origem paulista. Apreendemos o celular, com ordem judicial, e começamos a trabalhar em cima disso", revela a delegada titular de Independência, Prícila Oliveira.

Ao extrair os dados do celular do suspeito, a Delegacia Municipal de Independência deflagrou operação, em junho deste ano, para desarticular a quadrilha atuante no Município, que prendeu oito suspeitos; e enviou cópia dos dados para a Draco, que mapeou a teia criminosa da facção por todo o Estado.

Conforme os delegados, a extração dos dados do celular apreendido levou a Polícia a líderes locais da facção paulista no Ceará, além de integrantes do setor de 'Disciplina' do PCC - responsáveis por determinar castigos de aliados e execuções de rivais.

O delegado João Gabriel Cardoso completou que a Polícia Civil espera, com a deflagração da Operação, "reduzir índices de homicídios e desarticular organização criminosa, à procura de outros integrantes do grupo".