O motorista de aplicativo Bruno Furtado, de 39 anos, teve o carro roubado durante uma corrida de Fortaleza para Eusébio, na Região Metropolitana. O veículo acabou parcialmente destruído por causa de uma batida. O caso ocorreu na madrugada da última segunda-feira (2), quando os criminosos solicitaram uma viagem e anunciaram o assalto na CE-010, antes da chegada ao destino, ameaçando a vítima com uma faca no pescoço.
Em entrevista ao Diário do Nordeste, o condutor conta que recebeu uma ligação de policiais militares (PMs) do Raio informando que o carro foi encontrado. Os agentes localizaram o veículo pelo videomonitoramento e entraram em perseguição e troca de tiros, que culminou na colisão.
Veja como ficou o carro do motorista:
Os criminosos teriam sido presos pelos PMs, segundo Bruno. A Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) confirmou que três pessoas foram capturadas em Caucaia, no mesmo dia da ação.
"Equipes da PMCE iniciaram as diligências após a denúncia. Ao avistar o carro, foi dada ordem de parada, porém um dos suspeitos efetuou disparos contra a composição, que revidou e lesionou um dos suspeitos. O homem foi encaminhado para uma unidade de saúde", diz a Pasta.
Os suspeitos foram identificados como Vanderson Bezerra de Oliveira, de 32 anos, com antecedentes por roubo de veículo, porte ilegal de arma de fogo e receptação; Ruan Sousa Silva, de 19 anos; e Francisco Cristiano de Paiva Magalhães, de 24 anos.
Ainda conforme a SSPDS, "o veículo, a arma de fogo e os suspeitos foram encaminhados para o 23° Distrito Policial, unidade da Polícia Civil do Estado do Ceará (PC-CE), onde foram autuados por roubo a pessoa".
Prejuízo
O prejuízo estimado do instrumento de trabalho de Bruno é de cerca de R$ 20 mil. A batida danificou os airbags, arrancou pneu e destruiu boa parte da área de baixo dianteira, incluindo sistemas de motor e marcha. Há também uma marca de tiro.
Segundo Bruno, o carro não tinha seguro, o que o fez iniciar uma "vaquinha" virtual e disponibilizar seus dados bancários para família, amigos, e colegas de grupos de motoristas o ajudarem. Ele pretende começar a fazer os reparos no veículo nesta sexta-feira (6).
"Eu quero meu carro do jeito que eu estava trabalhando, até por que é o carro que eu rodo com a minha família e eu não sei quando pode acontecer um acidente, ou uma necessidade. Vou correr atrás", afirma.
'Sensação de impotência'
A vítima trabalhava como motorista de app há cerca de um ano e meio, pois precisou sair do cargo de coordenador de consórcio para ficar mais perto da família depois que a esposa foi diagnosticada com câncer.
"Nunca tinha passado por uma situação dessas. É de uma impotência e desespero ao mesmo tempo, porque você está vendo ali seu bem, seu ganha-pão indo embora, é desesperador", desabafa.
Após o crime, Bruno relata que passou alguns dias acamado pelo abalo psicológico do assalto. Ele afirma, porém, que tem tirado força do apoio da esposa para lidar com a situação.