Mortes por intervenção policial aumentaram 131% nos últimos quatro anos

Até novembro deste ano, a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) havia contabilizado 199 ocorrências sobre o assunto

As mortes por intervenção policial são entendidas quando um agente de segurança mata um infrator para cessar injusta agressão. Desde 2015, os números referentes aos casos vêm crescendo a cada ano. O termo não é o mesmo que homicídio, uma vez que este pode ser entendido quando uma pessoa mata uma outra, seja por querer ou não.

De acordo com os dados fornecidos pela Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), no período compreendido entre 2015 e 2018, as mortes por intervenção policial tiveram um aumento de 131%, passando de 86 para 199 ocorrências. Em 2016, a pasta contabilizou 109 casos. Já em 2017, foram mortas 161 pessoas por conta de ações policiais, um acréscimo de 47% quando comparado com o ano anterior.

Registros

A estudante de Administração Giselle Távora Araújo, 42 anos, foi morta com um tiro nas costas, efetuado por um militar, por ela não ter obedecido a uma suposta abordagem policial. O fato aconteceu na Avenida Oliveira Paiva, no bairro Cidade dos Funcionários, em agosto deste ano. No depoimento, um pm alegou haver a suspeita de o veículo que a mulher estava ser roubado e que o colega atirou para acertar o pneu.

No último dia 23 de novembro, seis homens foram mortos em um confronto policial em Quixeré, na região do Vale do Jaguaribe. O bando foi surpreendido quando estava prestes a atacar um carro-forte. Com armas de grosso calibre, incluindo cinco fuzis, a quadrilha estava sendo investigada pelas autoridades.