Morre adolescente baleado pela Polícia Militar em ação na periferia de Fortaleza

Após ter o pulmão perfurado por um disparo que teria sido efetuado por PMs, o adolescente passou 18 dias na UTI

O adolescente de 16 anos (identidade preservada), baleado em uma ação da Polícia Militar do Ceará (PMCE), no bairro Papicu, em Fortaleza, no início deste mês, morreu na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Instituto Doutor José Frota (IJF), na manhã desta quinta-feira (20).

A mãe do jovem contou à reportagem que estava com ele, quando a morte foi confirmada. Após ter o pulmão perfurado por um disparo que teria sido efetuado pela Polícia Militar, o adolescente passou 18 dias na UTI - entre o Hospital Geral de Fortaleza (HGF) e o IJF.

Que esse policial tenha mais respeito  quando entrar na comunidade, porque mora cidadão e criança. Ele vai acaba matando outra criança e vai dizer que foi troca de tiros com bandidos. É o que eles sempre fala. É nossa palavra contra a desses policiais. Já denunciei, vou esperar ver o que vai dar."
Mãe do adolescente
Identidade preservada

A Polícia Militar do Ceará informou, em nota, que fazia patrulhamento no bairro Papicu, em Fortaleza, "quando a composição se deparou com um indivíduo que, ao avistar a presença policial, atirou contra os militares, dando início a uma troca de tiros".

O suspeito foi lesionado e socorrido pela equipe policial. O procedimento policial foi instaurado na Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA), tendo em vista que o indivíduo era menor de idade. Na ação, um revólver e cinco munições, sendo quatro deflagradas foram apreendidas."
Polícia Militar do Ceará
Em nota

A família do adolescente nega que ele estivesse armado. A mãe do jovem conta ainda que a Polícia atirou seis vezes, sem abordar as pessoas que estavam na Travessa Rio Pardo, na Comunidade dos Índios. A ação policial revoltou moradores da Comunidade, que protestaram contra os policiais na saída da viatura do local.

CGD investiga o caso

A Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário do Ceará (CGD) investiga a atuação dos policiais militares na ação que resultou na morte, através de um procedimento disciplinar. Questionada sobre como está a investigação, a CGD disse apenas que o caso está "em trâmite".