Moradores de Milagres, cidade da Região do Cariri do Ceará, relataram medo durante o tiroteio que deixou 14 pessoas mortas nesta sexta-feira (7) em tentativa de assalto a bancos na cidade.
A agricultora Marlúcia Ferreira da Silva contou nunca ter visto situação semelhante ocorrer no município. “Primeira vez que nós vimos acontecer algo assim aqui. Nós ficamos presos dentro de um carro quando vínhamos chegando aqui. Na hora do tiroteio eu tava trancada dentro do carro; eu, o motorista e três mulheres, agora de manhã“, disse.
Cícero da Silva, também agricultor, afirma que acordou com o barulho dos tiros e correu para verificar se os filhos estavam bem. “Muito tiro, tava dormindo e acordei com os tiros. Muito assustado, nunca vimos isso na cidade de Milagre”, comentou.
O comerciante Mendonça de Santa Helena, que mora próximo ao local do ataque, disse que a troca de tiros entre criminosos e polícia durou cerca de 20 minutos.
“Nunca tinha visto algo parecido. Eu fiquei dentro de casa abaixado e com medo. Ouvi gritaria e pessoas chorando. Foi horrível”, relatou.
Ainda segundo Mendonça, depois que o grupo criminoso fugiu, "deu para perceber que, pelo menos, seis pessoas estavam no chão" com sangramentos.
Os criminosos se preparavam para assaltar duas agências bancárias em Milagres, quando foram surpreendidos pela polícia. Houve tiroteio. Ao todo, 14 pessoas foram mortas, sendo seis delas reféns. Até o momento, três suspeitos de participação na tentativa de assalto foram presos, conforme a polícia.
Cinco das vítimas mortas eram da mesma família. Eles iam para Serra Talhada, em Pernambuco, depois de buscar parentes no aeroporto de Juazeiro do Norte. Na estrada, a família foi refém ao passar pelo trecho interditado na rodovia BR-116, na altura da ponte sobre o riacho Tamanduá, onde um caminhão foi deixado atravessado na pista bloqueando a passagem de carros.
As cinco vítimas são o empresário de Pernambuco João Batista Magalhães, de 46 anos, o filho Vinícius, a cunhada dele, Cleoneide, acompanhada do marido, Cícero, e o filho do casal, Gustavo.
A sexta vítima vinha em um segundo carro interceptado pelos criminosos. Francisca S., 49 anos, morreu durante o tiroteio em frente às agências bancárias.