Justiça aceita denúncia contra lutador de jiu-jitsu que matou idoso em condomínio

Lucas Amorim Magalhães deve responder por homicídio qualificado e tentativa de homicídio qualificado

A Justiça do Ceará acatou a denúncia do Ministério Público do Estado (MPCE) contra Lucas Amorim Magalhães, o lutador de jiu-jitsu que matou um idoso e feriu gravemente ao menos sete outras pessoas em um condomínio de Fortaleza. Ele terá, agora, de responder judicialmente pelos crimes.

O caso foi registrado na última sexta-feira (5). Segundo a família do idoso, identificado como Getônio Rodrigues Bastos, 91 anos, ele estava sentado em uma cadeira na área comum do edifício quando o agressor apareceu e começou a agredi-lo, levantando-o da cadeira, dando uma rasteira e desferindo golpes no rosto dele com um abridor de coco.

Outros moradores e funcionários do condomínio tentaram intervir e conter o lutador, mas acabaram, também, sendo feridos por ele. Além deles, o homem tentou ferir um policial militar que atendeu à ocorrência.

Na denúncia enviada à Justiça, o Ministério Público alegou que a investida do acusado dificultou ou até mesmo impossibilitou a defesa das vítimas, uma vez que se deu de maneira "repentina, abordando as vítimas em seu local de residência e trabalho, momento que não espera essa natureza de agressão".

"Em razão do exposto, o Ministério Público requer a condenação do acusado nas tenazes dos delitos ora imputados, bem como, que seja fixado valor para reparação dos danos causados às vítimas sobreviventes e, no caso da vítima fatal, aos seus ascendentes, descendentes e cônjuge/companheiro", escreveu, na decisão, a juíza Izabela Mendonça Alexandre de Freitas. 

Indenização

Na denúncia, o MPCE também pede que as famílias das vítimas — tanto do idoso como dos outros feridos — sejam indenizadas. 

"O representante do Ministério Público requer a fixação de indenização mínima para reparação dos danos sofridos pela vítima sobrevivente e aos familiares da vítima fatal, indicando como valor a quantia de R$ 40,5 mil, no caso da vítima fatal, e, em relação às vítimas sobreviventes, R$ 2,7 mil, para reparação das despesas de assistência médica suplementares e, em caso de invalidez permanente, o valor de R$ 13,5 mil", aponta o documento.

Defesa alega 'incidente de insanidade mental'

A defesa de Lucas Amorim alega que a conduta do acusado partiu de um episódio de "insanidade mental". "Embora a inimputabilidade não se presuma, é incontroverso que, no caso, há fortes indícios de enfermidade mental. Assim, [a defesa] requer a internação provisória mesmo sem a perícia médica concluída, dados os sinais de doença mental ou efeito de substância entorpecente", pedem os advogados, em documento acessado pelo Diário do Nordeste.

Lucas teve a prisão preventiva decretada pela Justiça no sábado (6), um dia após ser capturado em flagrante.