O terceiro julgamento do caso Curió chegou ao quinto dia de trabalho, neste sábado (16). Às 9h40, foi iniciada sessão no Fórum Clóvis Beviláqua. Logo no início, o público presente se retirou para início da votação pelos jurados. No 1º Salão do Júri, ficaram apenas os magistrados, os servidores da Vara, os jurados, a acusação e a defesa.
Conforme última atualização do Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE), os jurados seguem com a votação nesta tarde. São 744 quesitos que os jurados precisam responder para a definição da sentença.
Na sexta-feira, promotores do Ministério Público do Ceará (MPCE) apontaram contradições nos depoimentos dos policiais militares réus, quanto às armas que eles usavam no dia das mortes na Grande Messejana.
A acusação também rejeitou a tese da defesa de que os denunciados só não prestaram socorro às vítimas vistas no chão, "porque já haviam ambulâncias e outras viaturas da PM no local quando eles passaram".
PMS RÉUS NESTE JÚRI:
- Antônio Carlos Marçal
- Clenio Silva da Costa
- José Wagner Silva de Souza
- José Oliveira do Nascimento
- Antônio Flauber de Melo Brazil
- Francisco Helder de Souza Filho
- Maria Barbara Moreira
- Igor Bethoven Sousa de Oliveira
Defesa de policiais diz que conseguiu derrubar contradições levantadas
Magno Aguiar, um dos advogados de defesa dos oito policiais militares, falou que recebeu os apontamentos de contradição do MPCE com paciência e serenidade, pois sabiam que iriam desconstruir as versões apresentadas pelo órgão.
"Inclusive, demostrando vídeo em telões para os jurados que as viaturas, quando tiveram oportunidade, conduziram ambulâncias para os locais do crime. A ausência de provas, a cerca de armas longas na viatura, também foi comprovada que não existiu. Inclusive, utilizando até de um vídeo utilizado pelo MP, a defesa conseguiu extrair áudios em que os próprios matadores, os próprios facínoras, estavam com medo da Inteligência. Eles diziam: "não vamos para o Frotinha da Messejana porque tem dois carros da Inteligência lá. Vamos para base'", explicou Magno Aguiar.
João Mota, outro membro da defesa dos PMs, frisou em entrevista que os clientes deles são inocentes.
"É impossível comprovar qualquer tipo de materialidade, a ausência, a omissão dos nossos clientes, na situação que aconteceu no Curió. Existe sim, por parte de todos nós, o interesse que a situação que aconteceu no Curió seja penalizada. Agora, não por pessoas inocentes. Os nossos clientes, em nenhum momento, cometeram nenhum ato de omissão, como também não comentaram nenhum tipo de tortura física ou psicológica contra qualquer pessoa. Eles estavam lá numa missão, determinação legal do comando. Não foram chamados para intervir em nenhum momento para situação que estava acontecendo no Curió", declarou João Mota.