O helicóptero utilizado nos assassinatos dos líderes da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), Rogério Jeremias de Simone, o 'Gegê do Mangue', e Fabiano Alves de Souza, o 'Paca', passou a combater o crime organizado, na frota da Coordenadoria Integrada de Operações Aéreas do Ceará (Ciopaer), da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Ceará (SSPDS).
A informação foi confirmada pelo titular da SSPDS, André Costa, na rede social Twitter, nesta terça-feira (21).
A aeronave já estava sendo utilizada pela Ciopaer desde fevereiro deste ano, em resgates mais simples, monitoramento ambiental e transporte médico de pacientes. Para combater o crime organizado, precisou passar por manutenção e revisão de algumas peças.
Após manutenção e com nova adesivação, a Fênix 11 agora será utilizada oficialmente nas operações aéreas em todo o Ceará. “Nós investimos em torno de R$ 900 mil na manutenção da aeronave, mas é um bem avaliado em R$ 5,5 milhões. É dessa forma que a Segurança Pública do Estado do Ceará age, com inteligência, foco na repressão qualificada e não se limitando somente às prisões, mas também tirando os bens das organizações criminosas e reinvestindo esses mesmos bens e valores no combate ao próprio crime”, afirmou André Costa.
A reportagem apurou que a aeronave de prefixo PR-YHB é considerada intermediária, entre o Esquilo, que é mais simples, e a mais complexa; tem GPS e está preparada para voos de longa distância. Com a aquisição, a polícia cearense passa a contar com outras nove aeronaves, sendo oito helicópteros (dois AS350B2 esquilo, três Airbus EC135 e três EC145) e um avião modelo Cessna 210..
Este é o segundo veículo aéreo que o Poder Judiciário autoriza a posse ao Governo do Ceará. Em 2016, o avião Cessna Aircraft, apreendido com drogas, também passou a integrar a frota da Ciopaer.
Caso 'Gegê do Mangue' e 'Paca'
Os chefes do PCC, 'Gegê do Mangue' e 'Paca', foram encontrados mortos em uma reserva indígena de Aquiraz, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), em 16 de fevereiro de 2015. A aeronave que está em posse da Polícia foi usada para levar os membros da facção até o local da emboscada.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública, cinco homens participaram diretamente do assassinato dos dois, disparando tiros de arma de fogo. Um dos executores foi Cabelo Duro, também assassinado, cinco dias depois, em frente a um hotel em São Paulo.
De acordo com a investigação da Polícia Civil, 'Gegê' e 'Paca' foram assassinados por companheiros porque desviavam dinheiro da facção para manter uma vida de luxo no Ceará. Eles moravam em mansões no litoral do estado e tinham carros avaliados em mais de R$ 200 mil. A Justiça determinou a apreensão de cerca de R$ 10 milhões em posses do bando.