A Justiça do Ceará decidiu condenar 10 membros de uma facção criminosa. Somadas, as penas chegam a 66 anos de prisão por crimes, como: tráfico de drogas, associação para o tráfico e promover, constituir, financiar ou integrar organização criminosa. Dentre os acusados há quem estivesse envolvimento, mesmo que indiretamente, em homicídios ocorridos dentro das unidades prisionais.
Conforme denúncia do Ministério Público do Ceará (MPCE), o bando atuava, principalmente, nas cidades de Pacajus e Horizonte, Região Metropolitana de Fortaleza. Todos eles foram alvos da Operação Saratoga, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas, o Gaeco, em 2019.
Foram condenados: Antonio Macio da Silva, José Fernandes Duarte, Raquel Soares da Silva, Júnior Ramos da Silva, Francisca Cleoneide da Silva, Mario Gleisson Silva da Costa, Fabiano Jerônimo Pereira, José Sidnei Alves da Silva, Francisco Patrik Alencar Amaral e Francisco Jarbas Teixeira de Oliveira.
Veja as sentenças individualizadas:
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Antonio Macio da Silva: 9 anos, 1 mês e 6 dias de reclusão, mantida a prisão preventiva
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José Fernandes Duarte: 8 anos, 4 meses e 6 dias de reclusão, mantida a prisão preventiva
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Raquel Soares da Silva: 8 anos, 4 meses e 6 dias de reclusão, mantida a prisão preventiva
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Júnior Ramos da Silva: 11 anos, 14 dias de reclusão, mantida a prisão preventiva
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Francisca Cleoneide da Silva: 7 anos, 5 meses e 8 dias de reclusão, prisão domiciliar
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Mario Gleisson Silva da Costa: 8 anos, 6 meses e 18 dias de reclusão, mantida prisão preventiva
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Fabiano Jerônimo Pereira: 1 ano, 10 meses e 13 dias de reclusão, regime inicial aberto e expedido alvará de soltura
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José Sidnei Alves da Silva: 1 ano, 10 meses e 13 dias de reclusão, regime inicial aberto e expedido alvará de soltura
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Francisco Patrik Alencar Amaral: 5 anos, 8 meses e 15 dias de reclusão, mantida prisão preventiva
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Francisco Jarbas Teixeira de Oliveira: 4 anos e 14 dias de reclusão, regime semiaberto
Os réus Antonio Macio, Francisca Cleoneide, Mario Gleison, Francisco Patrik, Francisco Jarbas, José Fernandes e Raquel Soares foram absolvidos do crime de associação para o tráfico de drogas.
O QUE A INVESTIGAÇÃO APONTOU
De acordo com a acusação, a liderança da estrutura criminosa era exercida com mãos de ferro" por 'Antonio Macio. Ele ajuda a comandar "uma gama de 'correrias', homicidas, assaltantes, gerentes do tráfico e laranjas, numa clara hierarquia estrutural, divisão funcional de tarefas, objetivos de lucro e alto poder intimidatório, perpetuando, assim, a hegemonia criminosa desses na região".
Antonio Macio seria responsável por direcionar Francisco Jabas para executar a logística na realização de assaltos e homicídios, "conseguindo os atores necessários para a realização dos feitos, além de também atuar no comércio de drogas ilícitas".
"Marcinho atua como verdadeiro diretor do grupo criminoso, sendo responsável pela parte de logística na aquisição de drogas, utilizando-se de “correrias” para movimentar os entorpecentes, entre eles sua companheira, Cleoneide, bem como tratando sobre o comércio de armas de fogo"
A organização se estruturava com cada membro exercendo uma função. O casal José Fernandes e Raquel Soares, por exemplo, eram responsáveis por fazer com que drogas e celulares entrassem nos presídios. Já Fabiano Jerônimo e José Sidnei ficavam na posição de "braço armado da organização e responsável pela prática de assaltos e de homicídios".
Mário Gleisson, transportava armas e drogas; Patrik Alencar acusado por tratar sobre compra e venda de entorpecentes junto a Marcinho; e Júnior Ramos da Silva com importante papel de se relacionar com líderes da facção e tratar sobre fornecimento de insumos para assaltos e tráfico, vindo de outras regiões do Brasil e do exterior.
As defesas de Patrik, Raquel, Francisco Jarbas e Francisca Cleoneide ingressam com recurso de apelação, com objetivo de a Justiça rever a sentença em 2º Grau. Enquanto isso, as penas seguem mantidas.