Delegado de Aurora é denunciado pelo MPCE por lesão corporal, ameaça, desacato, embriaguez e calúnia

Em novembro de 2023, o delegado foi flagrado em vídeo agredindo uma mulher após discussão de trânsito

O Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) denunciou, na segunda-feira (8), o delegado de Polícia Civil Paulo Hernesto Pereira Tavares por crimes cometidos nos municípios de Aurora e Brejo Santo em novembro de 2023. À época, o policial foi flagrado em vídeo agredindo uma mulher após discussão de trânsito e preso em flagrante.

Paulo Hernesto chegou a ser liberado após pagar fiança de R$ 6 mil, mas foi detido novamente por atrapalhar a investigação e manipular testemunhas. Além disso, ele se alterou com policiais e urinou em uma viatura.

No documento, a Promotoria de Justiça de Aurora denunciou Paulo Hernesto pelos crimes de:

  • embriaguez ao volante (art. 306 do Código de Trânsito Brasileiro);
  • lesão corporal leve contra três pessoas (Artigos 69 e 129 do Código Penal);
  • resistência à prisão (Art. 329 do CP);
  • calúnia contra funcionário público (Artigos 138 e 141, inciso II, do CP)
  • ameaça contra a vítima G.C.C.A. (Art. 147 do Código Penal);
  • desacato de funcionária pública do Samu (Art. 331 do Código Penal).
  • indução a falso testemunho (Artigos 69 e 342 do CP).

As duas testemunhas que prestaram falsos depoimentos (Raimundo Josiano Vasques Felix e Clayton Silveira de Brito Alves) também foram denunciadas pelo crime.

Prisão

O delegado está preso preventivamente e afastado das funções desde novembro do ano passado. O MPCE solicitou a manutenção da prisão.

Na denúncia, o MPCE diz que "se fundamenta em informações coletadas durante a investigação, além de declarações de vítimas e testemunhas, relatos dos agentes de Segurança Pública que atenderam a ocorrência e imagens de câmeras de videomonitoramento".

O delegado afastado fez diversas vítimas. Pelo menos três pessoas foram perseguidas por ele em via pública e ameaçadas em suas integridades física e psicológicas. 

"Além disso, houve ameaças de morte e uma suposta tentativa de atropelamento cujo dolo ainda depende de apuração. Um vídeo mostra ainda o servidor urinando em uma viatura da Polícia Civil, em sinal de descaso com a instituição e com a Justiça. O investigado também desferiu xingamentos à mulher agredida fisicamente e a advogados das vítimas, intimidou funcionários do Serviço de Atendimento Médico de Urgência (SAMU) e desacatou um tenente do Raio", pondera o MPCE.

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