Dois delegados da Polícia Civil do Ceará (PC-CE) viraram alvos de investigações administrativas abertas pela Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário do Ceará (CGD). Um servidor foi afastado da função após invadir uma escola armado, em Fortaleza, enquanto uma delegada é suspeita de induzir uma vítima a desistir de medidas protetivas de urgência contra o ex-companheiro.
Os Processos Administrativos Disciplinares (PADs) contra os delegados foram publicados em portarias no Diário Oficial do Estado (DOE) da última quarta-feira (29).
Conforme a primeira portaria, a CGD recebeu uma informação que um delegado, na madrugada do último sábado (25), "teria invadido a escola, onde pernoitava sua filha, devido a realização de uma atividade recreativa para encerramento do ano letivo, ocasião em que o mencionado servidor pulou o muro frontal e em seguida quebrou uma janela e arrombou a chutes a porta da recepção, adentrando o recinto da escola".
Após entrar no escola, portando uma arma de fogo em punho, o delegado "abordou o segurança da escola contra quem direcionou sua arma de fogo e proferiu xingamentos". Ele atravessou o pátio, aos gritos, até chegar ao alojamento onde as crianças estavam dormindo.
A ação foi filmada por câmeras da escola e denunciada por Boletim de Ocorrência. Para a CGD, o caso precisa ser investigado, já que "a conduta objeto de apuração não preenche, a priori, os pressupostos legais para aplicação de mecanismos tais como ajustamento de conduta, mediação e suspensão do processo disciplinar".
Vítima de violência doméstica
Outra delegada da Polícia Civil foi denunciada para a própria Instituição, no dia 19 de setembro deste ano, por uma mulher que já era vítima de violência doméstica.
Segundo a denúncia, a delegada "teria intimado a referida pessoa a comparecer ao 11º Distrito Policial com o fim de, supostamente, induzir a noticiante a desistir das medidas protetivas de urgências, previstas na Lei nº 11.340/2006, deferidas em desfavor do seu ex-companheiro".
O caso foi levado à Controladoria Geral de Disciplina, que também investiga a servidora por supostas faltas disciplinares.