A Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário (CGD), por meio da Delegacia de Assuntos Internos (DAI), autuou em flagrante um capitão licenciado da Policial Militar por lesão corporal de natureza grave (Art. 129, parágrafo 1º, do Código Penal), na noite de terça-feira (6).
O agente foi detido após agredir um idoso na avenida Monsenhor Tabosa, em Fortaleza. O policial, que estava à paisana no momento do fato, já é investigado em processos por tortura, peculato, entre outros. A PM não divulgou o nome do policial.
O momento em que policiais tentavam conter o capitão foi registrado por testemunhas. Um vídeo gravado no local mostra o agente gritando com os PMs, pedindo para usarem “a força” e mandando “retirar a mão” dele.
O idoso foi socorrido por uma ambulância do Samu e levado para o Hospital Instituto Doutor José Frota (IJF), no Centro. A vítima estava consciente e apresentava ferimentos na cabeça.
Segundo testemunhas, a agressão iniciou após os dois passarem um pelo outro e encostarem os ombros.
“Ele ia passando na hora e foi tipo uma batida de ombro entre os dois. O idoso só pegou na camisa dele para se afastar. Aí ele disse que na camisa de militar ninguém puxa e era capaz de ele levar um tiro também. Ele agrediu o idoso com chutes e pontapés, tacou a cabeça dele em um meio fio de pedra e deu vários chutes na costela dele, que fraturou. Aí ele correu para perto de um taxista dizendo que o idoso queria roubar ele", relatou uma testemunha, que preferiu não ser identificada.
Ainda segundo as pessoas que estavam presentes no local, o capião da polícia parecia estar bêbado.
"Falamos para o taxista não levar ele. Aí foi a hora que chegou a polícia, que era o cabo Nascimento e outro que anda com ele. Não agrediu ele, bateu nas mãos dos policiais, dizendo que era capitão, ‘eu sou o pai de vocês’, ‘sou autoridade maior’. O policial queria defender o cabo, deu um mata-leão nele, porque achou que ele estava muito agressivo. Ele estava à paisana, totalmente bêbado. Ele estava bêbado, eu não tenho nem dúvidas", disse a testemunha.
Segundo a CGD, o militar encontra-se no presídio militar e à disposição da Justiça. Além das providências adotadas, a Controladoria afirma que determinou a instauração do competente procedimento disciplinar, para a apuração dos fatos na seara administrativa.
Conforme a Polícia Militar, após ser detido, ele foi conduzido por policiais militares à Delegacia de Assuntos Internos (DAI), vinculada à Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário (CGD).
Ainda segundo a PMCE, “os detalhes circunstanciais e a motivação dos fatos serão apurados pelos órgãos competentes”.