Mais informações acerca do caso da enfermeira Jandra Mayandra da Silva Soares, assassinada a tiros no Pirambu, em maio deste ano, foram reveladas. Consta no Diário da Justiça Eletrônico (DJE) dessa quinta-feira (25) que "o homicídio investigado possui características daqueles efetuados por 'assassino profissional'" e que "não foram encontrados estojos de munições nas proximidades do local do crime".
De acordo com o documento, os disparos efetuados contra a vítima foram "agrupados". Populares chegaram a dizer aos investigadores que o atirador teria utilizado uma pistola.
Ainda conforme o DJE, há suspeita de que policiais militares que atenderam a ocorrência chegaram a recolher os estojos dos projéteis, mas não repassaram aos policiais civis que apuram o crime.
Dias após a morte de Jandra, quatro policiais militares chegaram a ser detidos sob suspeita de participar da execução. Eles foram soltos horas depois e tiveram a participação no homicídio descartada.
"Consta ainda nos autos a informação dada por uma testemunha policial de que ao chegar no local do crime, havia em torno de seis policiais do Raio, todos de moto e com fardamento preto, que teve a informação no local do crime que o calibre da arma usada no homicídio seria o “.40”, que em um determinado momento, indagou aos policiais do Raio, como sabiam dessa informação, “então um dos policiais (não se recorda qual, pois o fardamento os deixam muito parecidos e inclusive é difícil identificar a graduação e nome) abriu a mão e mostrou 3 estojos de munição .40 deflagrados, que segundo o policial os estojos foram encontrados no meio-fio próximo ao carro da vítima” e que tomou conhecimento que os estojos não foram mais localizados pelo Delegado Plantonista e pelos agentes da Coin"
A Justiça considerou o parecer do Ministério Público do Ceará (MPCE) e determinou a restituição dos bens apreendidos pertencentes aos quatro PMs anteriormente detidos.
CRIME PLANEJADO
A primeira informação que surgiu para a Polícia, no local do crime, dava conta que o homicídio tinha sido motivado por uma briga de trânsito.
A segunda linha investigativa veio a partir da informação de que a enfermeira teria sofrido ameaças, nas redes sociais, de uma suposta funcionária demitida de uma empresa terceirizada, que prestava serviços a uma unidade de saúde onde a vítima trabalhava.
Nas mensagens, a mulher atribuía a Jandra a responsabilidade por ela ter sido demitida.
Ainda segundo o relatório da investigação, os executores começaram a seguir a enfermeira desde o local de trabalho dela.
"Há indícios, portanto, de que o crime foi planejado, bem como de que em face do modus operandi houve divisão de tarefas para fins de seu êxito, razão pela qual o acesso a aparelho telefônico se faz imprescindível para fins de obtenção de informações referentes às circunstâncias do crime, e modo de organização dos agentes envolvidos, informações que não poderiam ser obtidas por outros meios, considerando que o planejamento do crime, por certo, alcançou também etapa posterior, qual seja, a de ocultação de elementos relacionados a autoria e participação", segundo trecho da publicação no DJE.