Veja quais são as 10 cidades com maior e menor taxa de incidência para Covid-19, no Ceará

Em Frecheirinha, cidade com maior coeficiente, para cada 6 habitantes, em média, um já foi infectado pelo vírus

As cidades cearenses de Pedra Branca  (1.359,3) e Frecheirinha (17.488,6) têm, respectivamente, a menor e maior incidência de casos confirmados da Covid-19 por 100 mil habitantes segundo município de residência. Os números são do IntegraSus, plataforma oficial da Secretaria da Saúde (Sesa) do Estado, com última atualização às 8h53 desta quinta-feira (22).

O coeficiente é importante para externar quais cidades estão com maior circulação do vírus e, consequentemente, possuem maior proporção de pessoas infectadas. Pedra Branca tem atualmente 588 casos confirmados, no universo de uma população com cerca de 43 mil habitantes.

Já Frecheirinha, tem mais de 4 vezes mais infectados em comparação à Pedra Branca. Já são 2.461 casos confirmados da doença, segundo a Sesa. Em contrapartida, o município tem menos de um terço de habitantes. Segundo IBGE, vivem em Frecheirinha cerca de 14 mil pessoas. Ou seja, para cada 6 pessoas que moram na cidade, em média, uma já foi infectada. 

Os números, segundo a Secretaria da Saúde de Frecheirinha, são ainda mais alarmantes. Conforme a pasta, o município já tem 2.890 infectados, o que elevaria ainda mais a proporção de casos por habitantes. Nesta equação, Frecheirinha tem 1 infectado para menos de 5 habitantes.

A divergência de números entre Sesa e Município deve-se, segundo a Secretaria da Saúde do Estado, a atualização das notificações por parte de cada cidade. Isto é, ao longo dos próximos dias, a tendência é de unificação dos dados. 

Na lista das dez cidades com menores incidências, nove estão no interior e apenas Trairi faz parte da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). Já na relação oposta, duas cidades (São Gonçalo do Amarante e Eusébio) da RMF estão entre as dez com maior incidência. 

Além do coeficiente de incidência, especialistas utilizam outras métricas que também servem de termômetro para analisar o estágio da pandemia em determinadas localidades, tais como taxa de contágio, percentual de letalidade e taxa de positividade por teste aplicado.

Com a fusão de todos estes fatores, o cenário ainda é preocupante em todo o Estado. Todos os municípios permanecem com alerta alto ou altíssimo alto ou altíssimo para transmissão da Covid-19.

O que dizem os gestores?  

A secretária da Saúde de Frecheirinha, Socorro Mendes, atribuiu o alto número de positivados à "testagem em massa da população". Segundo ela, são cerca de 80 testes realizados todos os dias. Conforme dados do IntegraSus, o município já realizou 4.326 exames. Ou seja, para cada dois testes, um é positivo. 

Ainda segundo a gestora, "Frecheirinha tem uma população flutuante de quase duas mil pessoas por dia, o que acaba aumentando as chances de circulação do vírus". Para tentar frear o contágio, o município adotou barreira sanitária na entrada da cidade, "com atuação de guardas municipais, vigilância sanitárias e profissionais da saúde, 24 horas por dia".

Embora reconheça que o coeficiente de incidência é alto, Socorro contrapõe dizendo "que os casos estão sob controle e não evolução para casos graves". Segundo a Secretaria Municipal da Saúde, dos 12 leitos de enfermaria exclusivos para Covid-19, cinco estão ocupados.

Nesta semana, ainda conforme a gestora, serão abertas mais dez leitos de enfermaria com sala de estabilização e capacete elmo. A cidade não dispõe de leitos de UTI. 

Já em Pedra Branca, cidade com menor incidência, a secretária da Saúde do Município, Adriana Castelo Branco, relaciona os “bons números” a um conjunto de fatores, dentre os quais ela destaca “monitoramento e orientações aos pacientes sintomáticos respiratórios através do tele-saúde; implantação de barreiras sanitárias nas entradas da cidade; proibição de vendas de bebidas alcoólicas em todo o território municipal e atendimento precoce dos pacientes sintomáticos respiratórios, viabilizando o tratamento segundo o Protocolo da Secretária Estadual de Saúde".

Quanto aos testes, Adriana considera que eles são aliados na redução dos casos. A “rápida e correta identificação dos casos”, segundo a gestora, é fundamental para identificar as áreas de maior incidência e “direcionar ações específicas para aquelas regiões”. Por fim, a secretária acrescenta que "o engajamento da população tem sido fundamental para conter o avanço do vírus" no Município. 

Taxa de incidência 

O Diário do Nordeste questionou a Sesa sobre quais indicadores de incidência são classificados como regulares ou 'aceitáveis'. A pasta, no entanto, não respondeu. No portal IntegraSus, há apenas a classificação por tonalidade de cores, sem existência de qualquer análise sobre os números.

A incidência, na plataforma, é divida em grupos que variam de:

  • 0 a 4.265,6 = 35 cidades 
  • 4.265,6 e 8.531,1 = 106 cidades
  • 8.531,1 e 12.796,7 = 38 cidades
  • acima de 12.796,7 = 5 cidades