Um ônibus doado à Cruz Vermelha Brasileira (CVB) equipado com cinco salas de imunização começa a circular no Nordeste para vacinar moradores de comunidades da periferia das cidades e de difícil acesso contra a Covid-19. A operação começou por Maceió, onde deve permanecer por um mês. Depois o veículo segue para atender três cidades do Rio Grande do Norte e, em seguida, deve chegar ao Ceará.
O presidente da Cruz Vermelha no Brasil, Júlio Cals, disse que não há como prever uma data exata da vinda do ‘Ônibus da Vacina’ ao Ceará porque depende de meta a ser atingida e da demanda apresentada à instituição. A expectativa, entretanto, é que o veículo chegue ao Ceará em fins de setembro ou início de outubro.
Vimos a alegria, a emoção dos moradores de Maceió, em quatro dias de operação. O nosso trabalho é voluntário e visa salvar vidas, democratizar e ampliar a aplicação dos imunizantes”
A ida do ônibus depende de solicitação de prefeitos porque o pessoal técnico, o local de atendimento e a definição de faixa etária a ser vacinada é do município, segundo o Plano Nacional de Imunização (PNI). “Já temos dezenas de sinalizações de gestores municipais que querem a presença do ônibus”, pontuou Cals. “A nossa missão será por três anos”.
Os veículos dispõem de cinco salas de vacinação, pias, álcool em gel, cortinas tipo hospitalares e são higienizados diariamente.
Cerca de 400 pessoas poderão ser vacinadas por dia contra à Covid-19 nos dois ônibus doados pela Mercedes-Benz à Cruz Vermelha. A parceria contou com apoio financeiro do Ministério Federal de Cooperação Econômica e Desenvolvimento da Alemanha (BMZ), via DEG/KfW e Câmara Brasil-Alemanha (AHK).
São dois modelos de veículos – rodoviário e urbano. O ônibus rodoviário será utilizado no chamado Circuito Nordeste, num total de 4.350 km. A previsão é que sejam atendidas cerca de 30 mil pessoas por ano em todas as atividades realizadas no veículo com a participação de 22 voluntários da CVB por dia.
O Circuito Norte será cumprido pelo ônibus urbano, iniciando por Belo Horizonte (MG), passando por Rio de Janeiro, Campo Grande (MS), Brasília (DF), Cuiabá (MT), Porto Velho (RO) e Rio Branco (AC), num total de 6.570 km. Previsão de 18.000 beneficiários por ano.
“Já participamos da epidemia da gripe espanhola no Brasil, temos conhecimentos acumulados e somos reconhecidos por seriedade em missões voluntárias em todo o mundo”, frisou Cals. “Estamos muito felizes em dar essa contribuição atual”.