Incêndio na zona rural de Iguatu mata animais nativos e se aproxima de casas

Equipes do Corpo de Bombeiros evitaram no fim da tarde de de quinta-feira (14) que o fogo atingisse residências na região

Há três dias, um incêndio em vegetação atinge áreas agrícolas, de pastagem e um serrote (formação rochosa) na localidade de Amapá, na zona rural de Iguatu, a 15 km do centro da cidade na região Centro-Sul cearense. Equipes do Corpo de Bombeiros evitaram no fim da tarde de de quinta-feira (14) que o fogo atingisse casas. A informação foi confirmada pela 1ª seção de incêndios do 4º Batalhão dos Bombeiros Militares.

“O fogo já dura três dias. As áreas residenciais foram protegidas e o fogo está subindo o serrote”, disse o comandante do 4º Batalhão dos Bombeiros Militares, tenente-coronel, Nijair Pinto.  

Além de queimar a vegetação, o incêndio mata animais silvestres e empobrece o solo. Pelo menos três cobras morreram e outra ficou queimada, lamentou o subtenente do Corpo de Bombeiros de Iguatu, Francisco José Diniz. "Outros bichos nativos também morreram queimados".

Uma viatura e uma equipe de combate ao fogo estiveram no sítio Amapá, no combate ao incêndio. Bombeiros utilizaram bomba costal para evitar proximidade do incêndio no entorno das casas, além de abafadores e soprovarredores.

Incêndios são comuns

O agricultor aposentado Francisco Lima disse que é comum todos os anos a ocorrência de incêndio em área de vegetação nativa e em restos de culturas agrícolas. “Isso foi alguém de colocou fogo, que passa na estrada e provoca esses incêndios”, pontuou. A diferença, relata, é que “desta vez o fogo se aproximou das casas”.

De acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), até a quinta-feira, o mês de outubro registrou 232 focos de incêndio em áreas de vegetação no Ceará. No mesmo período de 2020, foram 375, ou seja, uma diferneça de 61,8% de um ano para outro.

Em setembro de 2020, o Inpe observou 440 focos de incêndio em vegetação e, em setembro deste ano, foram 411.

Estação seca

Nessa época do ano aumenta a incidência de fogo na mata nas margens de rodovias, no entorno de cidades e na zona rural. Entre setembro e dezembro, estação seca no sertão, quando a vegetação perde umidade, a temperatura aumenta e os ventos sopram com maior força, quem percorre o Interior observa faixas de terra queimadas e mata destruída.

Para o Corpo de Bombeiros, a maioria dos focos decorre de ação humana. É, portanto, incêndio criminoso. O comandante dos Bombeiros em Iguatu observou que o segundo semestre representa uma média de 90% dos focos de incêndios em vegetação.