Itapipoca. Neste município, o professor de escola pública Fernando Caetano vem trazendo a música para o dia a dia das crianças como meio de melhorar a concentração dos alunos. O Projeto Tocando na Escola vem dando resultados tão bons que já dobrou de tamanho nos dois anos de funcionamento. Fernando conta que, quando iniciou com a turma do 5º ano, da Escola de Educação Básica Maria Dalva Barbosa de Azevedo, percebeu grande dispersão e desmotivação.
Em dois anos de funcionamento, o "Tocando na Escola" já duplicou o número de participantes. Os alunos aprendem a tocar e a ler partituras FOTO: JÉSSYCA RODRIGUES
"Além disso, fui informado de que eu já era o quarto professor a assumir a turma e que a maioria dos alunos que compunha a sala era repetente; alguns já tinham sido reprovados em séries anteriores", conta.
Ele explica que aos poucos foi descobrindo que, naquela turma, se encontravam alguns do alunos mais problemáticos da escola. Com a implantação do projeto, a escola tornou-se a primeira em Itapipoca a adotar o ensino da música através da partitura. "Primeiramente mostrei para eles uma música na flauta doce. Em outra ocasião, falei que era músico, toquei mais algumas músicas para a turma e falei das minhas intenções em utilizar a música em vários momentos da aula no decorrer do semestre letivo. Nas aulas seguintes, alguns alunos começaram a pedir para que eu continuasse tocando durante as aulas. Um deles contou-me que, nas ocasiões em que ouvia o som da flauta, sentia algo diferente que o fazia sentir-se bem. É tanto que este foi um dos primeiros alunos a pedir para que eu o ensinasse a tocar flauta", descreve.
Depois da flauta doce, Fernando passou a introduzir canções. No final da aula, distribuiu cópia das letras e explicou o contexto social e a influência da música sobre as emoções.
Percebendo a boa aceitação por parte da turma, Fernando lançou o projeto, formado por um grupo de flautistas. Os participantes possuem um critério. "Eles devem ter compromisso, participação e mudança de comportamento". A partir daí começaram as mudanças de comportamento. O aluno que era considerado um dos problemáticos da turma e da escola, por exemplo, passou a ser um dos mais comprometidos da sala de aula. "Em fevereiro de 2012, fui lotado com quatro horas para lecionar flauta doce para alunos do contra turno. No final do ano, o grupo fez algumas apresentações fora da escola.
Jéssyca Rodrigues
Colaboradora