A cidade de Sobral, na região Norte do Estado, garantiu a compra de 120 mil seringas e agulhas para o início da vacinação contra o novo coronavírus. Embora o Ceará ainda não tenha adquirido o imunizante, a Secretaria da Saúde do Município se antecipou antevendo uma possível falta do insumo no mercado diante da alta demanda mundial.
A titular da pasta, Regina Célia Carvalho, explicou que a aquisição foi feita de forma fracionada, “ao longo dos últimos seis meses”. A estratégia, ainda segundo ela, “garantiu a compra por um preço de mercado justo, sem o aumento apresentado atualmente e, assim, tivemos economia nos cofres”.
Grupo prioritário
O estoque será suficiente para vacinação das duas doses do grupo prioritário de Sobral, estimado em 53 mil pessoas. “Ficamos ainda com uma margem para alguma eventualidade”, pontuou Regina.
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A secretária reforçou ainda que o programa de aquisição terá continuidade neste ano “até para atendermos outras demandas já existentes. Utilizamos vacinas para várias outras aplicações, por isso a importância de um planejamento para que não ocorra desabastecimento”.
No fim de dezembro do ano passado, o secretário da Saúde do Estado, Dr. Cabeto, garantiu que o Ceará já tem dois milhões de seringas em estoque na rede de saúde, e outras 5,7 milhões adquiridas por mediação, totalizando 7,7 milhões.
“Vamos ficar com um volume de seringas muito seguro e capaz de cobrir toda a população cearense”, disse o secretário.
A expectativa do início da aplicação das doses no Estado é para meados de fevereiro, em conjunto com o Plano Nacional de Vacinação. Tudo depende da fabricação da vacina, já que a indústria não produz doses nessa quantidade em um período comum.
Segundo Cabeto, o Plano Nacional coloca a atenção para 1,7 milhão de pessoas nos grupos prioritários no Ceará.
Aumento nos casos
Conforme a secretária da Saúde de Sobral, Regina Célia, foi observado crescimento nos casos confirmados da doença nas últimas semanas. A procura pelas unidades de saúde também teria subido. Ela, no entanto, não quantificou esse aumento.
"Estamos monitorando e vamos esperar a chegada do décimo quinto dia de janeiro para ver o impacto das festas de fim de ano. De todo modo, observamos que esse aumento atual não refletiu nas internações em UTIs ou mortes, são casos mais leves, porém, que nos deixa igualmente em alerta", detalhou.
A ocupação dos leitos de UTI, em Sobral, gira em torno de 60 a 70%. Caso esse número sofra súbito crescimento, a pasta estudará a abertura de novos leitos. "Estamos nos preparando e mapeando todos os cenários", concluiu Regina.