Quem é Padre Kelmon, candidato a presidente que nunca foi sacerdote e estreou em debate

Ele foi alçado a cabeça de chapa após a candidatura de Roberto Jefferson (PTB) ter sido indeferida no Supremo Tribunal Federal

Ainda desconhecido por muitos às vésperas das eleições, Padre Kelmon é o mais recente candidato a presidente do Brasil. Ele entrou na disputa pelo PTB ao ser alçado a cabeça de chapa depois que a candidatura de Roberto Jefferson (PTB) foi indeferida no Supremo Tribunal Federal (STF).

Baiano, Kelmon Luís da Silva Souza, 45, estreou nesse sábado (24) em debates. Apesar de se dizer ortodoxo, nunca foi sacerdote das igrejas da comunhão ortodoxa no Brasil. Ainda assim, celebra missas e batismos na Bahia e ganhou notoriedade em grupos conservadores graças ao discurso bélico contra a esquerda. As informações são do O Globo.

O político tem despertado atenção pelos trajes característicos da matriz ortodoxa da Igreja Católica. Também defende enfaticamente o movimento pró-vida. A batina, marca registrada do autointitulado sacerdote em eventos públicos, foi a vestimenta escolhida para a foto que vai aparecer nas urnas no próximo dia 2. 

Embora não atue em nenhuma igreja ortodoxa no País, Kelmon fundou e coordena o Movimento Cristão Conservador Latino-Americano e esteve à frente do Movimento Cristão Conservador do PTB.

No primeiro debate que participou entre presidenciáveis, comentou sobre corrupção, aborto e defendeu o mandato de Jair Bolsonaro (PL). “Será que o presidente não fez nada de bom para o Brasil?", questionou.

Patrimônio

Padre Kelmon já foi recebido pelo Arcebispo do Rio de Janeiro, o cardeal Dom Orani Tempesta, e participou de convocações para os atos do 7 de setembro no ano passado na condição de religioso. Recebeu também um desagravo da deputada Carla Zambelli (PL-SP) nas redes sociais.

O presidenciável declara ter patrimônio de R$ 8.547,13, investidos em caderneta de poupança. A atual candidatura, por sua vez, recebeu apenas uma doação nominal de R$ 5 mil, de seu vice. Além da doação, o autointitulado sacerdote tem acesso a R$ 1,54 milhão de Fundo Especial para a campanha.

Ele se diz admirador dos políticos Levy Fidélix e Enéas Carneiro. Além disso, usa o canal do YouTube para denunciar a "islamização" e a "perseguição" a cristãos no Brasil. Já foi filiado ao PT.