O presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, confirmou, nesta quarta-feira (5), que foi a uma loja maçom em 2017. "Fui, sim. Acho que foi a única vez", disse o chefe do Executivo em transmissão ao vivo nas redes sociais.
Desde a manhã desta terça-feira (4), circulam na internet vídeos e fotos de Bolsonaro discursando para membros da maçonaria, o que contraria muitas igrejas cristãs e, por isso, significaria um desrespeito à religião do próprio presidente.
Bolsonaro, porém, minimizou a situação. Disse que foi convidado por um colega para conhecer o espaço e fez parecer, inclusive, que não sabia onde tinha sido o encontro, que "acha" ter sido em Brasília.
"Fui de novo? Não fui. Agora, sou presidente de todos. A esquerda faz um estardalhaço. O que eu tenho contra os maçons? Não tenho nada", comentou o presidente na transmissão.
'Sou cristão'
O presidente, que disputa a Presidência da República em segundo turno contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), aproveitou para pedir ao eleitorado que persista e pense nele quando for às urnas no próximo dia 30 de outubro.
"Peço que pense em mim também. O que eu passo para defender a nossa pátria [...] Eu respeito todos os brasileiros, todos os seres humanos. Sou cristão. Entendo que sou o presidente com a ambição de Deus, assim como fui salvo, entendo, pelas mãos dele", comentou Bolsonaro.
O gestor também se dirigiu aos indecisos e pediu que não se omitissem: "Por favor, não se omita. O maior erro que uma pessoa pode cometer é não tomar uma decisão, é lavar as mãos, é não ser nem quente, nem frio, é ser morno".
O que é maçonaria?
De acordo com o Grande Oriente do Brasil (GOB), que se descreve como "Potência Maçônica Brasileira", a maçonaria é uma instituição "essencialmente filosófica, filantrópica, educativa e progressista".
Embora entenda que a maçonaria é religiosa, por reconhecer a existência de "um único princípio regulador, absoluto, supremo e infinito", o GOB afirma que ela não se trata de uma religião, uma vez que o objetivo é, simplesmente, "unir os homens entre si" para investigar a "verdade, o exame da moral e a prática das virtudes".
O senso comum, ainda hoje, enxerga a maçonaria como uma sociedade secreta, mas ela não é. "Pela simples razão de que sua existência é amplamente conhecida", resume o GOB.
"O único segredo que existe e não se conhece senão por meio do ingresso na instituição são os meios para se reconhecer os maçons entre si em qualquer parte do mundo e o modo de interpretar seus símbolos e os ensinamentos neles contidos", conclui o grupo.